A endometriose é considerada a doença da mulher moderna e, em alguns casos pode estar associada à infertilidade. Caracterizada pela presença de células do endométrio fora do útero, atinge cerca de 15% de toda a população feminina mundial que está em idade reprodutiva.
Selmo Geber, professor titular de Ginecologia da Faculdade de Medicina da UFMG e médico da Clínica Origen, esclarece alguns pontos sobre essa doença, já que muitas mulheres, por falta de conhecimento, falham ao procurar ajuda de um médico quando os sintomas aparecem. Confira aqui sete fatos sobre o assunto, incluindo a possibilidade de tratamentos para reverter o caso:
- Pode ser: superficial, ovariana (endometrioma) e infiltrativa profunda. Ela é classificada de acordo com o local que se instala, com seu tamanho e extensão (variando de grau I – mínima; a grau IV – grave).
- Uma grande parte das mulheres com endometriose pode ser assintomática. Os sintomas mais comuns são: cólicas menstruais intensas, dor pré-menstrual, dor durante as relações sexuais. Na presença desses sintomas, é importante procurar um médico. A infertilidade pode estar associada dependendo da sua localização e extensão.
- A associação entre a endometriose e a infertilidade tem sido bastante estudada. Entretanto, essa associação foi comprovada apenas quando existe comprometimento das relações entre os órgãos pélvicos, devido a presença de grandes cistos ou na presença de aderências- reduzindo a chance da gravidez acontecer.
- Nas formas leve e moderada, a causa da infertilidade é ainda incerta, porém alguns estudos sugerem uma alteração no sistema imunológico, que poderiam ocasionar modificações no processo de fertilização ou transporte dos óvulos, espermatozoides ou embriões.
- O ultrassom permite suspeitar de endometriose apenas na presença de cistos. O diagnóstico definitivo da endometriose só é realizado através do estudo histopatológico, após biópsia, realizada por cirurgia ou videolaparoscopia.
- A técnica de Fertilização in Vitro (FIV) apresenta a vantagem de superar qualquer das prováveis causas atribuídas à endometriose para levar a infertilidade. O fato de se retirar os oócitos (células germinais femininas que se geram nos ovários) e colocá-los em contato direto com os espermatozoides, após indução da superovulação, permite se observar diretamente a fertilização e formação de embriões e, a transferência dos embriões diretamente para o útero da paciente. As taxas de gravidez são semelhantes às encontradas para as demais indicações de FIV, variando de 15% a 55%, de acordo com a idade da mulher. De maneira semelhante ao descrito acima, pode ser utilizado após falha do tratamento inicial ou diretamente para se obter a gestação mais rapidamente.