Em meio à pandemia do coronavírus, uma boa notícia para os profissionais da área de Arquitetura e Urbanismo. O Instituto de Arquitetos do Brasil – Minas Gerais (IAB-MG), em parceria com a prefeitura de Juiz de Fora (MG), abriram no último dia 12 de setembro, inscrições para concurso público nacional de Arquitetura e Urbanismo para a requalificação do Complexo Turístico e Cultural Bernardo Mascarenhas (CTCBM) e Rua Paulo de Frontin, com o objetivo de revitalizar o centro cultural e histórico da cidade.O processo seletivo será realizado de forma online.
Será selecionada uma proposta de anteprojeto para requalificar os edifícios e arredores do CTCBM, sem deixar de lado sua contemporaneidade e agregando novos valores ao conjunto. A iniciativa para a requalificação do complexo objetiva torná-lo um destino mais atrativo à população e aos que visitam a cidade, transformando-o em um polo de economia circular e criativa, ante a vontade de enriquecer a experiência espacial, as condições de acessibilidade, mobilidade e potencializando o aproveitamento das atividades que possam ser realizadas no conjunto.
Poderão participar profissionais, individualmente ou na qualidade de responsável técnico de sociedade/empresa de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo. A premiação será de R$ 40 mil; R$ 20 mil e R$ 10 mil, respectivamente, para o primeiro, segundo e terceiro colocados. O responsável pelo anteprojeto vencedor será contratado para o desenvolvimento dos projetos executivo de arquitetura e urbanismo da Praça Antônio Carlos, da Rua Dr. Paulo de Frontin e do Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas”, além dos respectivos projetos legais e complementares.
A coordenadora do concurso, Cláudia Pires, explica que, buscando mais do que nunca o respeito ao exercício dos arquitetos, a nova gestão do IAB-MG está investindo cada vez mais na valorização do profissional. “Além de ser esta a forma mais eficaz de se contratar, gerenciar e administrar a coisa pública, a realização de concurso proporciona a democratização das oportunidades de exercício profissional e valorização do trabalho do arquiteto e urbanista na concepção e desenvolvimento de projetos desta natureza“, comenta Cláudia, que é membro da nova gestão do IAB-MG.
Mais informações sobre o funcionamento e requisitos do concurso podem ser encontradas no edital. As bases do certame estão disponíveis em: http://concursofabricamascarenhas.org/
Centro Cultural Bernardo Mascarenhas
Localizado no centro de Juiz de Fora, cidade da Zona da Mata mineira, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), principal marco do CTCBM, fica em um antigo edifício industrial, onde costumava funcionar uma fábrica de tear, fundada pelo empresário Bernardo Mascarenhas em 1887. Um século depois, em 1982, o edifício foi tombado pelo patrimônio municipal, tendo sido reconhecido como importante exemplar das características típicas da arquitetura inglesa, de conformação e detalhes neoclássicos, referência da fase de industrialização mineira do início do século XX e funciona como centro cultural desde 1987. A edificação está na história do desenvolvimento industrial do país, por ser uma fábrica que trouxe a primeira hidrelétrica da América Latina para alimentar os seus teares.
”Espaço Mascarenhas”
O “Espaço Mascarenhas” é importante referencial do patrimônio cultural juiz-forano, que integra, também, o Núcleo Histórico da Praça Antônio Carlos. Seu complexo abrange área de 17 mil m² e contemplando a praça, a antiga subestação, os edifícios do Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas” (CCBM), da Biblioteca Municipal “Murilo Mendes” (BMMM), da antiga sede administrativa da fábrica de tecelagem (atualmente ocupada pela Secretaria de Educação – SE), do Mercado Municipal e o estacionamento.
A Rua Dr. Paulo de Frontin, que além de abrigar significativos exemplares arquitetônicos protegidos, atua como elemento de ligação entre o “Espaço Mascarenhas” e a Praça Dr. João Penido, que, juntamente com a Antônio Carlos, representam dois dos principais núcleos históricos da cidade. Todos esses elementos integram ainda o Núcleo Histórico Urbano, que detém importante acervo do patrimônio cultural de Juiz de Fora.
“Observando, portanto, a necessidade de um olhar atualizado ao conjunto cultural, os anteprojetos apresentados devem ser capazes de dialogar com o contexto no qual o edifício existente está inserido, respeitando a configuração espacial urbana e arquitetônica do centro histórico de Juiz de Fora, incluindo-se aí, as ruas e praças do entorno do conjunto, e contribuir para a preservação, valorização e contextualização urbanística do seu patrimônio histórico arquitetônico e urbanístico“, acrescenta a coordenadora-adjunta do concurso, Cissa Ewald.
“Esse concurso mexe com o coração da cidade e faz parte de um projeto mais ambicioso, de requalificação de todo o Centro Histórico. É muito importante dar o primeiro passo dessa requalificação, deflagrar esse movimento de valorização da cultura. A gente ouve muito falar de obras públicas, mas que, normalmente, são obras de urbanismo ou circulação viária, também essenciais para a cidade. Mas, nesse caso, a Prefeitura de Juiz de Fora está priorizando a área cultural, o que mostra que a cidade está em um caminho positivo de valorização de seu patrimônio, sua história, sua memória e sua cultura”, destacou o diretor-geral da Funalfa, Zezinho Mancini.
Sobre o IAB
O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), fundado no Rio de Janeiro em 1921, é a mais antiga das entidades brasileiras dedicadas à arquitetura, ao urbanismo e ao exercício da profissão. Tem por finalidade congregar os arquitetos brasileiros para a defesa da profissão e para o desenvolvimento dos profissionais da Arquitetura e do Urbanismo, em todos os seus campos de atuação. Desenvolve suas atividades como entidade profissional e cultural, representando os arquitetos junto aos poderes públicos e às entidades culturais e técnicas, contribuindo para a defesa do patrimônio cultural nacional. O IAB não tem fins lucrativos e seus dirigentes não são remunerados.
No estado, desde 1943, o IAB-MG constrói uma trajetória que acompanha o crescimento e desenvolvimento da arquitetura, das artes e da cultura. O IAB faz cem anos em 2021.