Um ano atípico que alterou de forma significativa produção e consumo, tornando o custo de vida dos brasileiros bem mais caro. Como em outros países, também no Brasil a recuperação da economia será gradativa, mesmo que alguns setores da indústria e do varejo mostrem índices promissores e avanços importantes. Após meses de repetidas quedas, recuperar os espaços perdidos com a pandemia não vai ser simples e dificilmente essa retomada será em ritmo acelerado.
A indústria tem relatado dificuldades na obtenção de matéria prima; grandes varejistas em diversos setores se deparam com redução da disponibilidade de alguns produtos; e a diminuição das margens de lucro tem sido constantemente questionada pelo comércio.
Situações pontuais e mesmo que temporárias, estão atreladas aos índices de preços, sendo principalmente impulsionadas pela importação, exportação, combustíveis e o valor do dólar em relação ao real.
A conjunção desses quatro fatores impacta os insumos, componentes e matérias-primas, alterando os custos de produção para indústrias e o agronegócio. Por outro lado, o mercado externo passa a ser extremamente atrativo para o setor produtivo, o que invariavelmente, acaba gerando desabastecimento no mercado interno.
Todas essas condições acabam influenciando fortemente a alta de preços. E relacionados a cadeia produtiva ou não, eles são repassados, e irão compor a tabela de preços, que chega aos consumidores finais.
Gêneros alimentícios foram responsáveis pelo avanço da inflação
Em meio a elevação dos preços ao consumidor, o setor de alimentação foi um dos responsáveis pelo avanço da inflação, registrando alguns dos maiores aumentos dos últimos anos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, do IBGE, divulgou que arroz, feijão e óleo de soja tiveram aumentos expressivos. Seguem nessa lista carne de frango, carne de porco e os cortes mais básicos de bovinos. Além do leite e seus derivados, os ovos também tiveram um aumento superior à inflação.
Ao que tudo indica, as ceias de Natal e Ano Novo ficarão mais “salgadas”.
O brasileiro vai terminar 2020, enfrentando preços altos, e o desafio de escolher bem os itens já tradicionais nas mesas das festas de fim de ano.
Segundo Freitas Gomes, da Confederação Nacional do Comércio – CNC: os preços dos alimentos continuarão subindo, principalmente os produtos tradicionais do Natal, que, em sua maioria, são importados e devem incorporar a alta do dólar.
Já os presentes podem deixar o Natal um pouco mais “magro”, conforme ressalta o economista da Fundação Getúlio Vargas – FGV, André Braz: “A crise vai limitar a compra de bens duráveis. Na época do ano mais esperada pelo comércio, os produtos estão mais caros e o consumidor, com menos recursos. Celulares e computadores também subiram de preço pelo aumento da demanda com o home office.”
É bom lembrar, que os eletrônicos levam componentes importados em sua fabricação.
Diante dos preços altos, economizar para diminuir gastos, tem sido a melhor escolha para a maioria dos consumidores.