O mercado imobiliário celebra o expressivo aumento nas vendas e agilidade na liberação de novos alvarás de construção, mesmo que ainda não haja previsão para plena retomada das atividades econômicas no Brasil. No segundo trimestre do ano, as vendas de imóveis cresceram cerca de 25% em relação ao ano anterior, de acordo com o indicador mensal publicado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Somente no mês de julho, o número cresceu 58%, na comparação com o mesmo período de 2019, o melhor resultado mensal desde maio de 2014.
A retomada do mercado imobiliário já era prevista para 2020, entretanto, a pandemia da COVID-19 freou o setor. Mas a demanda retraída dos últimos anos e a busca da população por imóveis que proporcionem melhor qualidade de vida – reflexo do isolamento social em que as pessoas foram obrigadas a passar mais tempo em casa – movimentou o segmento e ocasionou um recorde de vendas. Além disso, perspectivas para quem quer investir na compra de um imóvel estão favoráveis com taxa Selic a 2% — o menor patamar da história –, somada às reduções das taxas de financiamento dos grandes bancos, o que atraiu os compradores mesmo no meio de uma pandemia.
A construtora especializada em imóveis econômicos, AP Ponto, também celebra o cenário positivo de alta demanda com novos lançamentos e planos de expansão. “Já lançamos 34 empreendimentos, até o fim do ano vamos entregar 4889 unidades, e aumentamos nossas vendas em 91% em relação ao nosso melhor ano de vendas. Já estávamos investindo em transformação digital antes e por isso nos encontramos mais preparados para enfrentar o cenário de incertezas. A comunicação voltada para o digital, atendimento personalizado e atendentes preparados para lidar com o cenário também foram fatores determinantes para driblar a crise”, ressalta Felipe Freitas, supervisor comercial da AP Ponto.
Na Emccamp Resedencial, considerada a maior construtora da região sudeste, o cenário de positivismo é refletido nos últimos lançamentos. O residencial Solare Buritis, localizado a 900 metros da Avenida Professor Mário Werneck e incluído na faixa 3 do programa habitacional Casa Verde e Amarela (a partir de R$ 215 mil) teve 70% das unidades vendidas em dois meses de pré-lançamento. O maior empreendimento das faixas 1,5 e 2 do programa (a partir de 133 mil), o Parque Cerrado será um bairro planejado na região Norte da cidade e tem quatro, de 12 condomínios, com todas as unidades vendidas. Para o vice-presidente de Incorporação da Emccamp, André Campos “esse resultado é o reflexo da junção de fatores como boa localização e preços muito competitivos. Além disso, o conforto e a qualidade em imóveis compactos, ficou ainda mais valorizado em tempos de home office”, diz.
A busca por casas e apartamentos adaptados para as necessidades atuais, com espaços para lazer e trabalho, além de tranquilidade e bem-estar já está movimentando as construtoras que têm empreendimentos voltados para as classes A e B. É o caso da construtora RKM Engenharia, que fechou o último semestre com o faturamento acima do esperado, com todas as unidades do seu empreendimento no Vale do Sereno vendidos. “Esse movimento do mercado nos incentivou a pré-lançar um novo empreendimento na região. O Sereno traz todos os atributos e inovações que atendem às novas configurações de empreendimentos com espaço home office, entrada de desinfecção para delivery e mais de 20 espaços e opções para lazer”, pontua Rodrigo Junqueira, diretor financeiro da RKM Engenharia.