Os reflexos da pandemia puderam ser sentidos em diferentes esferas sociais. As escolas foram fechadas temporariamente, os comércios migraram para plataformas online e as pessoas ficaram em casa. No IBHF (Instituto Belo Horizonte Futuro), foi um momento de adaptação. A instituição, que trabalha com cerca de 12.00 atendidos, teve que se transformar para manter atividades e proporcionar engajamento.
“Desde que foi determinado o distanciamento social, o IBHF tem desenvolvido atividades online”, pontua Maíra Matos, coordenadora de projetos da entidade, que também fala sobre as dificuldades. “Esse é um formato novo, tanto para gente quanto para eles. Aos poucos eles estão se engajando. Mas o alcance não chega à metade do nosso atendimento presencial”.
O Instituto vem mantendo videoaulas referentes às oficinas e atividades presenciais, como exercícios de balé, ginástica artística, de karatê, dicas sobre o mundo do trabalho e temas relativos à pandemia, como o isolamento, em suas redes sociais. “Esse contato é importante para dar continuidade ao que foi aprendido em sala e, principalmente, não perdermos o vínculo com essas crianças e adolescentes. Serve para continuarmos sendo referência para eles e suas famílias”, coloca Maíra.
No âmbito offline, o Instituto conseguiu através de parcerias com pessoas e empresas, distribuir em torno de mil máscaras para as famílias e demais comunidades do Aglomerado da Serra.
Desafios
Porém, a falta de acesso a internet ou recursos tecnológicos como smartphones ou computadores entre os beneficiados do projeto, preocupa a diretoria da instituição. “É um desafio que ainda não temos solução”.
Outra dificuldade para Maíra, é a descontinuidade de projetos que começariam nesse período, resultando na falta da verba destinada a eles. “Um dos serviços oferecidos é o de hidroginástica, que é um negócio social. a gente cobra super baratinho das pessoas que moram na comunidade. Esse dinheiro serve para cobrir algumas despesas. Estamos sem ele agora, né?” ressalta a coordenadora.
Sobre o IBHF
A história do Instituto Belo Horizonte Futuro começou, em 2002, com o Espaço Criança Esperança de Belo Horizonte (ECE-BH). A região escolhida foi o Aglomerado da Serra por ser, à época, a maior área de vulnerabilidade social de Belo Horizonte. Durante esses 18 anos de existência, foram várias conquistas, parcerias de sucesso e transformações nas vidas de muitas crianças, adolescentes e jovens da região. Mais de 15 mil crianças e adolescentes, 3.500 famílias e 5.000 pessoas da comunidade participaram ou foram atendidas pelo ECE-BH.