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DIVERSIDADE SONORA NO MEMORIAL VALE

    Da musicalidade afro de Babilak Bah, passando pelo som de denúncia social de MC Pablo, o Memorial Vale viaja esta semana pelos acordes de Celso Moreira, Lafetah e Kristoff Silva. Uma apresentação de mímica e vídeos sobre dança inclusiva são novidades. As apresentações continuam online, no YouTube e no site, seguindo o planejamento do #MemorialValeEmCasa. Estão também disponíveis nas redes sociais do espaço (facebook e instagram). As transmissões feitas pelo Youtube ficam disponíveis para o público alguns dias depois, variando conforme a atração.

     

    Toda quarta, às 11 horas: Sementes da Diáspora

    Numa instalação chamada “Sementes da Diáspora”, todas as quartas-feiras às 11 horas, através das redes sociais, o Educativo do Memorial Vale convida o público a pensar sobre o protagonismo negro apagado ou embranquecido pela historiografia tradicional. A partir de cards colocados no baobá do museu, com sementes de plantas africanas estampando a imagem e a biografia de uma personalidade negra, sua história e importância é destacada.

     

    Confira os detalhes das atrações:

     

    26/12 – CELSO MOREIRA FAZ SHOW TRAJETÓRIA

    No dia 26 de dezembro, sábado, às 18 horas, o Memorial Vale apresenta o show “Trajetória”, que celebra os 40 anos de carreira do compositor, violonista e guitarrista Celso Moreira. O repertório é composto por composições que marcaram a trajetória do violonista, e estão registradas no DVD Celso Moreira e nos discos solos Cenas Brasileiras e Celso Moreira Autoral. A apresentação integra o projeto “Gerais Cultura de Minas” do Memorial Vale.

     

    Celso Moreira promete uma apresentação especial com muito swing e animação. “Eu vim ao mundo para viver a música. Muitas foram as lutas e as conquistas. E comemorar 40 anos de estrada é simplesmente fantástico. Minha homenagem, por meio do show, será para todos que sempre me apoiaram ao longo de minha jornada”, diz o músico. O espetáculo é composto por composições que marcaram a trajetória do violonista, e estão registradas no DVD “Celso Moreira” e nos discos solos “Cenas Brasileiras” e “Celso Moreira Autoral”. No repertório, músicas como “Choro para Alice”, em homenagem a sua filha, parceria com Fernando Brant e “Lira do Bem Querer” feita em homenagem a sua esposa com letra de Murilo Antunes.

     

    Mineiro, nascido em Guanhães, Celso Moreira descende de uma família que sempre cultivou o gosto pela música, a exemplo de seu pai, Rivadávia Moreira e do irmão, o guitarrista e compositor Juarez Moreira. Aos dez anos já tocava bateria em bailes da cidade, mas ao se mudar para Belo Horizonte, 1968, trocou o instrumento – que não cabia no apartamento – por um violão: seu companheiro de todas as horas até hoje. Nessa trajetória, Celso Moreira acompanhou músicos como Milton Nascimento, no espetáculo Missa dos Quilombos e gravou em todas as faixas do álbum homônimo, tendo viajado em turnê por todo o Brasil e Espanha. Acompanhou o saxofonista Nivaldo Ornelas em turnê por cidades de São Paulo e de todos os estados do sul do país. Com este gravou também o CD Reciclo. Atuou também como violonista em todas as faixas do CD de Gisela Gonçalves, com arranjos e direção musical de Wagner Tiso. A partir de 1980 começou a compor e a se consagrar no meio musical, tendo recebido prêmios importantes, como o Troféu “Faísca” e o BDMG Instrumental.

     

    27/12 – SHOW “O BESTIÁRIO”, COM LAFETAH

    Dia 27 de dezembro, domingo, às 19h30 horas o artista Lafetah faz o show “O Bestiário”, que traz músicas que em sua maioria fazem referência a seres e criaturas mitológicas de culturas ao redor do mundo, com arranjos influenciados pela música brasileira e eletrônica de diversas nacionalidades. O evento faz parte do projeto “Contemporâneo” do Memorial Vale.

     

    O trabalho nasceu da sua fascinação com as tradições da narrativa oral, passadas de geração em geração ao redor do planeta, com o objetivo de compartilhar histórias de superação, angústias, amor e espiritualidade. Produzido em São Paulo por Rico Manzano, o novo álbum busca misturar o urbano/eletrônico a um bucólico sentimento mineiro. Com um visual único e marcante, envolto na nuvem mitológica deste tema, Lafetah propõe um show ao vivo (ou gravado) transmitido online, com captação profissional de vídeo e áudio. A apresentação terá músicas inéditas com a participação de banda, formada por guitarra, baixo e bateria, e de figuração cenográfica com a estética do Bestiário, figurino de Rodrigo Fraga e direção cenográfica de Camila Alvarez.

     

    Cantor e compositor mineiro, Lafetah vem se destacando como o expoente LGBT da nova onda pop de Belo Horizonte, misturando música e teatro, pop e indie, vídeo e poesia, em um trabalho profundo e denso, porém dançante e inovador em sua proposta. Em 2018, ele lançou seu EP de estreia “Insone”, e agora em 2020, em uma nova fase de sua carreira, se prepara para lançar seu primeiro álbum, “O Bestiário”, tomando o rumo das profundezas no mundo pop e suas vertentes, sem perder a sua raiz árabe/libanesa.

     

    28/12 – KRISTOFF SILVA FAZ SHOW “CANÇÕES COMENTADAS”

    No dia 28 de dezembro, segunda-feira, às 19h30, o músico Kristoff Silva apresenta o show “Canções Comentadas”, em que ele convida o público a abrir espaço ao delicado, para acessar o jardim interno de cada um, onde reverberam canções. “Musgo em pedra, flor no asfalto, gota que não seca, janela em silêncio, mas aberta”, filosofa o artista. A apresentação integra o projeto “Gerais, Cultura de Minas” do Memorial Vale.

     

    Kristoff é compositor, professor de teoria musical e autor de trilhas para teatro, poesia e dança. Além do recente “Deriva” (2013), possui também um DVD (“Ao vivo na Casa da Ópera”, com participação de Ná Ozzetti (2008) e outros dois Cds. Dentre seus parceiros, destacam-se Luiz Tatit, Makely Ka, Mauro Aguiar e Bernardo Maranhão. O evento faz parte do projeto “Gerais Cultura de Minas” do Memorial Vale.

     

     

    28/12, 29/12 e 30/12 – DOCUMENTÁRIO “DANÇA INCLUSIVA” COM CIA MOVIMENTE

    Nos dias 28, 29 e 30 de dezembro, segunda, terça e quarta-feira, às 11 horas, o Memorial Vale apresenta o documentário “Dança Inclusiva”, da Companhia Movimente, de Cláudia Nunes, de Uberlândia (MG). O vídeo mostra o ensino e a prática de dança para pessoas com deficiência. O evento integra o projeto “Gerais, Cultura de Minas” do Memorial Vale.

     

    Claudia Nunes é bailarina, professora e coreógrafa formada em psicologia, com especialização em arteterapia. Desenvolve pesquisa em dança de pessoas com deficiência há 20 anos.

     

    30/12 – “PERFORMANCE PERCUSSIVA: SONS E POEMAS”, COM BABILAK BAH

    No dia 30 de dezembro, quarta-feira, às 19h30, o Memorial Vale traz Babilak Bah, que fará o show “Performance Percussiva: sons e poemas”. A proposta é trazer ao Memorial Vale uma apresentação intimista, em que o artista explora e revela suas pesquisas sonoras em diversos objetos, como enxadas, berimbacia e berimboca, permeadas e enriquecidas com seus poemas. Babilak Bah mostra uma diversidade de caminhos no campo da linguagem e outros signos. O evento integra o projeto “Gerais Cultura de Minas”, do Memorial Minas Gerais Vale.

     

    Babilak Bah é um versátil artista afro-brasileiro que, há 30 anos radicado em Belo Horizonte, constrói de maneira independente e contínua seu trabalho autoral, caracterizado na pesquisa e lapidado e enriquecido em sua vivência. Movido pela inquietude de compreender a identidade e a diversidade brasileira, sua trajetória se destaca pela pesquisa e pelo experimentalismo percussivo, associado com a cultura de tradição marcadas pela estética negra.

     

    30/12 – DIVERSIDADE PERIFÉRICA COM MC PABLO

    No dia 30 de dezembro, quarta-feira, às 20 horas, o projeto Diversidade Periférica do Memorial Vale encerra 2020 subindo os becos e as vielas do Aglomerado da Serra com o jovem MC Pablo, que retrata em suas letras as histórias e vivências da favela.

     

    Nascido e criado no Aglomerado da Serra, uma favela de Belo Horizonte, o jovem Pablo Ramos iniciou carreira no funk em 2005, cantando nos eventos e bailes da cidade, distribuindo músicas aos amigos. Participou de uma série de programas da Rede Globo Minas sobre a vida nas favelas, e esta experiência aumentou seu envolvimento com a sua comunidade. Ao terminar esse trabalho em 2020, sua primeira música lançada foi “Gente da Nossa Gente”, que tem videoclipe no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=do1sLRS6Mpg. Outras duas músicas – “Bloco do Milhão” e “Convite para as solteiras” – lhe renderam mais visibilidade e participações em importantes rodas de funk no Rio de Janeiro. Com letras que falam sobre o cotidiano das comunidades, MC Pablo mostra personalidade e desinibição na condução de seus shows.

     

    O projeto Diversidade Periférica tem a curadoria de Patrícia Alencar, que traz para o Memorial Minas Gerais Vale uma programação artística-cultural com conteúdos que mergulham na trajetória ancestral dos becos e vielas do espaço de saber chamado Favela, e também das comunidades de periferia de Belo Horizonte e vizinhanças.

     

    EXPOSIÇÕES EM ANDAMENTO

     

    ATÉ 24/12 – EXPOSIÇÃO LUDICIDADES, DE MARIANA LATERZA

    Até o dia 24 de dezembro o Memorial Vale apresenta a exposição “LudiCidades”, de Mariana Laterza, que apresenta uma série fotográfica que reinterpreta os detalhes do território urbano de Belo Horizonte, lançando sobre eles um olhar poético. A série foi criada com base no conceito e prática de deriva, no qual a cidade foi percorrida e registrada fotograficamente, desdobrando-se em obras que buscam desvelar narrativas lúdicas, poéticas invisíveis contidas no banal e cotidiano da cidade e que apreendem uma BH que vai além do seu estigma moderno. A exposição tenta, através da ressignificação poética dos detalhes e de sua combinação de títulos, preencher o entorno com novos significados e trazer à tona uma reflexão sobre o espaço que habitamos e como ele pode ser usufruído para além de mero produto capitalista. O evento faz parte da “Mostra de Fotografia” do Memorial Vale.

     

    Mariana Laterza é natural de Belo Horizonte e atua como artista plástica, pesquisadora e arte educadora. É Mestre em Artes pela UEMG (2018) e Bacharel em Pintura e Gravura pela Escola de Belas Artes da UFMG (2012 e 2014), iniciou os estudos em gravura na Holanda, onde residiu por um ano (2006). Possui formação complementar em Fotografia e Manipulação Digital pela Escola de Imagem BH (2015) e Fotografia Aplicada ao Teatro pela Fundação Clóvis Salgado (2016). Mariana pesquisa os diálogos entre arte e psicanálise: já participou de diversas palestras e seminários sobre o assunto pelo Instituto Carl Gustav Jung MG, pela Funarte MG (2013 – 2017) e pela Casa Fiat de Cultura (2017). Recebeu menção honrosa pela UFMG por sua pesquisa científica em gravura (2014) e participou a convite da universidade do Encontro Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em São Carlos, SP (2015).

     

    ATÉ 04/01/21 – EXPOSIÇÃO “AVENIDA AMAZONAS”, DE FELIPE CHIMICATTI

    Até 4 de janeiro de 2021 o Memorial Vale apresenta a exposição “Avenida Amazonas”, de Felipe Chimicatti. O ensaio se propõe a ser um documento não convencional da cidade de Belo Horizonte a partir de uma de suas principais artérias urbanas. O trabalho possui 50 fotografias monocromáticas em película, todas produzidas na extensão da avenida ao longo do ano de 2019. A exposição segue até o dia 4 de janeiro de 2021 e integra o projeto “Mostra de Fotografia” do Memorial Vale.

     

    A avenida Amazonas, uma das principais vias de acesso de uma das maiores capitais brasileiras, condensa um amontoado de imagens que quando vistas de dentro dos veículos produz formas mais ou menos vagas e pouco precisas. Esse amalgamado urbano é produto formal de uma das primeiras cidades planejadas do Brasil. Representa, após pouco mais de 100 anos da sua construção, um estado das coisas ligado ao tempo, ao ostracismo, à monotonia da ideia da cidade-progresso, à aspereza e opacidade.

     

    Felipe Chimicatti desenvolve trabalhos ligados à fotografia, ao vídeo, ao cinema e às artes visuais. Suas pesquisas estão ligadas à dimensão do arquivo, da película e da documentação. Em 2017, publicou o fotolivro “Santiago – Fogo”, pela editora Chão da Feira. No ano passado, participou da Temporada de Projetos do Paço das Artes, em São Paulo, com uma exposição que reúne as imagens que deram origem ao livro. Na área da cinema, realizou os filmes “Brooklin”, “O jardim”, “Eles Sempre Falam Por Nós”, “Na Velha Lagoinha”, “Bruno”, ‘espinhela Caída”, “Linha de Impedimento” e “Empurrando o Dia”. Atualmente, desenvolve pesquisa de mestrado no departamento de artes visuais, da UFMG, sobre livros que têm como tema principal as erupções do Vulcão do Fogo, em Cabo Verde; e integra a produtora audiovisual NAUM.

     

    ATÉ 08/01/21 – EXPOSIÇÃO “RELICÁRIO”, POR RAMON NAVARRO E DÉBORA DINIZ

    Até o dia 8 janeiro o Memorial Vale apresenta a exposição “Relicário”, de Ramon Navarro, com textos de Débora Diniz. Relicário é um álbum virtual de memória que homenageia mulheres mortas pela pandemia de Covid-19 no Brasil. As ilustrações feitas por Ramon Navarro com colagens sobre fotografias antigas são acompanhadas de textos escritos por Débora Diniz a partir de notícias de morte de mulheres comuns e anônimas. A apresentação integra o projeto “Mostra de Fotografia” do Memorial Vale.

     

    Criado no final de março de 2020, quando a Covid-19 começou a avançar no Brasil, o perfil de Instagram @reliquia.rum (em alusão à palavra relicário em latim) publica diariamente textos e imagens criados por Ramon Navarro e Debora Diniz para refletir sobre a morte de mulheres pela pandemia. A proposta do @reliquia.rum nasceu da inquietação com a morte que tem assolado multidões, transformando vidas em números, despidas de biografias. Partindo de notícias de mortes de mulheres anônimas, o álbum virtual usa a imaginação para um exercício coletivo do luto, do direito de sentir a perda, com atenção às desigualdades impostas pelos regimes de gênero, raça, classe e deficiência que precarizam vidas de brasileiras.

     

    Ramon Navarro é cineasta e artista plástico mineiro, com mais de 20 anos de experiência em produções audiovisuais independentes. Em 2018, foi homenageado no Festival de Cinema de Trancoso (Bahia).

     

    Debora Diniz é antropóloga, pesquisadora e professora na Universidade de Brasília. É fundadora da organização feminista Anis – Instituto de Bioética, que atua em defesa de direitos de meninas, mulheres e outras minorias.

     

    Até 10/01/21 – EXPOSIÇÃO NGOMAS: SARAVANO TAMBUS, PEÇO LICENÇA PRA MEU CANTO FIRMÁ, POR RIDALVO FÉLIX

    Até o dia 10/01/21, o Memorial Vale apresenta a exposição “NGomas: Saravano Tambus, peço licença pra meu canto firmá”, de Ridalvo Félix. Ngoma, termo encontrado na língua kimbundo, significa tambor. É utilizado nas tradições afro-brasileiras de matrizes Bantu para se referir aos tambores e às expressões de cantantes dançantes. O tambor é feito de tronco de árvore escavado, coberto com pele de animal, e sua afinação é realizada numa fogueira. Aqui, os ngomas confluem expressões que matizam e geram cantos dançados. A intenção dessa expografia (e afrografias) é entoar os constructos sistêmicos e epistêmicos a partir das Famílias de Ngomas dos Candombes mineiros, em que as espirais do tempo/espaço traduzem modos de ser/estar em cada uma delas. O evento faz parte do projeto Novos Pesquisadores do Educativo do Memorial Vale.

    ATÉ 15/01 – EXPOSIÇÃO “CIRCO IMAGÉTICO – TRAPÉZIO – CHICA DA SILVA”

    Até o dia 15 de janeiro o Memorial Vale mostra em seu site a exposição “Circo Imagético – Trapézio – Chica da Silva”, série de registros fotográficos de uma cena circense de trapézio inspirada em Chica da Silva. A trapezista e idealizadora da exposição é Liz Monteiro e a fotógrafa é Ananda Rangel. A exposição integra o projeto “Mostra de Fotografias”, do Memorial Vale.

     

    A montagem e a documentação das imagens foi feita em Milho Verde, distrito de Serro (MG), cidade onde nasceu Chica da Silva. Por meio do trapézio, Liz Monteiro retrata Chica da Silva, essa grande personalidade histórica que se tornou um símbolo cultural do Brasil.

     

    Liz Monteiro é artista circense com formação pela Spasso – Escola Popular de Circo de Belo Horizonte (2012). Em sua trajetória, fez parte da equipe de alguns circos sociais em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Entre eles, Circo da Gente Ouro Preto (MG) e Crescer e Viver (RJ). Já se apresentou em importantes festivais e convenções de circo pelo Brasil, Argentina e Chile. Atualmente é fundadora, artista e professora no projeto Circo Verde em Milho Verde (MG).

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