Treinamentos, jogos e viagens. Tudo isso faz parte da rotina dos esportistas ao redor do mundo. No entanto, existe outro fator com um papel fundamental antes de cada partida: os rituais e as superstições dos jogadores.
No esporte mais popular do país, o futebol, as crendices são muitas. Uma das mais famosas é evocada antes das grandes finais. O mito diz que não se deve tocar na taça, que fica na beira do campo na entrada das equipes, pois, aquele que a toca antes da hora, terminará o jogo sem ela. No entanto, já existem diversos casos de jogadores que “quebraram a maldição”, tocaram o caneco e se sagraram campeões.
Na Copa do Mundo de 1958, a seleção brasileira fez uma grande campanha e chegou à final. Os rivais seriam os suecos. Em todos os jogos, o time vestiu a tradicional camisa amarela, porém, os anfitriões decidiram que eles usariam amarelo na final. Com isso, o Brasil teve que encontrar uma solução. Os jogadores não estavam muito convencidos, porém, quando Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação, disse que o time jogaria de azul, pois aquela era a cor do manto de Nossa Senhora, padroeira do Brasil, os atletas compraram a ideia e a seleção venceu o mundial pela primeira vez.
No mundo da bola laranja, as manias também fazem parte do jogo. O maior de todos os tempos, Michael Jordan, tinha uma bermuda especial, e foi com ela que o então jogador da Universidade da Carolina do Norte liderou a liga universitária. No entanto, quando foi para o Chicago Bulls, Jordan não podia manter a vestimenta. Por esse motivo, pediu ao fabricante de material shorts mais largos, pois dessa forma poderia seguir com a bermuda “mágica” por debaixo do uniforme dos Bulls.
Outro craque da NBA que seguia uma estranha tradição em seus tempos de jogador é Kevin Garnett. O pivô campeão pelos Boston Celtics tinha em seu ritual pré-jogo comer um belíssimo sanduíche de manteiga de amendoim com geleia. O efeito da combinação sanduíche e vitórias fez com que alguns de seus companheiros começassem a seguir o seu costume.
Entre raquetes e bolinhas, os tenistas também encontram tempo para celebrar rituais antes e durante os jogos. A multicampeã Serena Williams, por exemplo, tinha como mania não lavar ou trocar as meias até o desfecho do torneio. A lenda Roger Federer também tem lá suas superstições. O suíço tem uma ligação especial com o número 8. No aquecimento, o tenista serve 8 vezes, leva 8 garrafas de água e também 8 raquetes em sua bolsa.
O poker é outro jogo com uma série de superstições seguidas pelos jogadores profissionais e amadores. Apesar de todas as crenças, a bicampeã do European Poker Tour, Victoria Coren, declarou: “poker é um jogo de habilidade, julgamento, perspicácia e sabedoria”. Além das exigências mentais, existem uma série de regras do poker que estabelecem as condições para que os jogadores desfrutem de partidas justas e emocionantes.
E as crendices na hora de jogar não são poucas. Existem competidores que não gostam de ganhar a primeira mão, pois para eles é um claro sinal de que a partida não será boa. Outros, depois de uma má sequência de cartas, trocam de lugar em busca de novas energias. Além dessas, a clássica “roupa da vitória” também marca presença, por exemplo, o jogador sueco Sebastian Sorensson é conhecido como “o cara de cachecol”, dado que leva sempre o acessório aos campeonatos. Coincidência ou não, ele venceu o evento principal do PokerStars Championship Barcelona de 2017 usando o seu cachecol.
As superstições são muitas e diversas vezes não conhecemos a origem de cada uma delas. De todas as formas, elas exercem uma grande influência no dia a dia. O mundo do esporte também não escapa das crendices. Na vida real, nada acontecerá se o ritual não for seguido, porém, o efeito psicológico existe. Dessa forma, as crenças vão continuar a fazer parte do universo esportivo, somando um pouco de misticismo e folclore em todas as modalidades.