O apoio e o acompanhamento dos pais nas práticas esportivas de seus filhos constituem fatores de satisfação para as crianças e adolescentes. Essa ideia é reforçada pelo filósofo William Harris, ao afirmar que “a criança pode almejar certas realizações a fim de obter a aprovação parental”. Em pesquisa realizada pela UFRJ, 72% das famílias entrevistadas incentivam a prática do esporte, mas somente 7,14% das famílias acompanham frequentemente os jogos de seus filhos.
Julia Chaves, de 10 anos, filha mais velha da designer e beach tenista, Renata Chaves, afirma que se sente mais confiante para seus jogos quando a mãe, ou o pai, Ricardo Batista, a acompanham. “Eu adoro ver meus pais quando saio da quadra. São eles quem eu abraço primeiro”, afirma. Mesmo antes de terem filhos, o esporte já fazia parte da vida do casal. Ricardo praticou natação e musculação durante anos, mas hoje em dia, os esportes de raquete são sua paixão.
Atualmente, ele pratica tênis, squash e beach tennis, influenciado pela esposa, que é co-fundadora da Arena 034 – uma arena digital de conteúdos e negócios relacionados ao universo do beach tennis. Com isso, a prática esportiva, complementa à educação parental, já que hoje, os filhos do casal praticam tênis, basquete, beach tennis e futebol. Mas como essa relação de esporte entre pais e filhos pode se tornar uma coisa saudável e não ultrapassar a linha do exagero?
Sabemos que o esporte auxilia na saúde e condição física, porém a prática, com o apoio familiar, pode ajudar – e muito – questões emocionais e de socialização da criança. De acordo com o psiquiatra do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, Fábio Aurélio Leite, é essencial que a família contribua positivamente para o desenvolvimento emocional e mental dos jovens, tanto em práticas esportivas, quanto em atividades do dia a dia. Os esportes são benéficos à saúde das crianças porque estimulam diversas áreas cognitivas, mas os maiores ganhos gerados por essas práticas envolvem a socialização.
“Após o período de isolamento devido à pandemia, as crianças desenvolveram maior dificuldade em verbalizar as emoções como raiva e tristeza. Além disso, apresentaram muito mais ansiedade, em comparação ao período pré-pandêmico”, pontua Leite. Para Ricardo, pai de Júlia, incentivar o esporte na vida dos filhos agrega no esforço em educar, ensinando sobre disciplina, socialização e respeito. “Coisas básicas para uma vida adulta”, diz o presidente do Tribanco.
Além desses benefícios, as práticas esportivas levam às melhores avaliações cognitivas, ou seja, as crianças e adolescentes conseguem prestar mais atenção nos assuntos, ajudando no desempenho escolar. Sabendo disso, Renata não abre mão dos esportes na vida da filha. “Esse combo auxilia no desempenho de uma criança na escola, principalmente pelo lado emocional, já que precisamos ter alto controle e mais segurança, tornando um aprendizado rico e constante”.