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Instituto Hahaha estreia em três sessões gratuitas o espetáculo VIVA!, que aborda o protagonismo do idoso

    Com direção de Raquel Castro e dramaturgia de Nereu Afonso da Silva, o trabalho parte de histórias reais vividas por pessoas idosas, moradoras de quatro ILPIs de Belo Horizonte.

     

    No palco do Teatro Sesiminas, três palhaças e um palhaço dividem com o público, de forma documental e autobiográfica, as experiências desse encontro de gerações, abordando de maneira leve e afetiva, temas como sexualidade, envelhecimento e morte.

    No dia 12 de abril, sexta, o Instituto Hahaha estreia VIVA! no Grande Teatro do Sesiminas. Dirigido pela pesquisadora e atriz Raquel Castro, com dramaturgia assinada por Nereu Afonso da Silva, o espetáculo traz relatos de três palhaças e um palhaço sobre suas vivências junto a moradores e moradoras de Instituições de Longa Permanência para Idosos, na capital mineira. Um espetáculo que transita entre a concretude documental e a fantasia circense ao revelar os desafios do envelhecimento. Resultado do projeto Minha história virou arte, realizado com fomento do Fundo Municipal do Idoso e o patrocínio master da Vale e Cemig, o patrocínio de Arcelormittal, Abbott, Mater Dei e Supermix Concreto e a parceria Drogaria Araujo, a peça faz três sessões com entrada franca, nos dias 12.04 e 13.04, sexta e sábado, às 20h, e no dia 14.04, domingo, às 15h. Retirada gratuita de ingressos somente pelo Sympla. Duração: 80 minutos. Mais informações: www.institutohahaha.org.br.

    “Desde que o Hahaha passou a atender pessoas idosas, percebemos que o passado delas, o registro dessa memória individual, é uma fonte inspiradora para um processo criativo”, conta a palhaça e integrante do Instituto Hahaha, Gyuliana Duarte, que neste projeto assina a coordenação artística ao lado do palhaço Eliseu Custódio.

    Durante o projeto Minha História Virou Arte foram atendidos mais de 5 mil pessoas idosas e recolhidas 32 histórias nas ILPIs Lar Frei Zacarias (Carlos Prates), Centro Geriátrico Lar Cristo Rei (Barreiro, Lar Padre Leopoldo Mertens / Sociedade São Vicente de Paula (São Francisco) e Conselho Particular Nossa Senhora da Abadia da Sociedade São Vicente de Paula (Pompéia).  A atriz Juliene Lellis, que visitou as instituições ao lado de Daniela Rosa, Daniela Perucci e do palhaço Francis Severino, relata os desafios desse encontro de gerações: “Nossa chegada foi bem de mansinho, em outra abordagem: com a criança, por exemplo, a gente bate a cara na porta, tropeça, faz estardalhaço, mas com a pessoa idosa é outro tempo. A gente precisa recuar um pouco e abrir espaço para poder escutar verdadeiramente a história deles, estar lá como palhaça ouvinte”, explica.

    Ao final da pesquisa, foram selecionadas oito histórias apresentadas, pela primeira vez, ao público, em forma de leitura dramática. As sessões aconteceram em julho do ano passado, na sede do Hahaha, em Santa Tereza – bairro com alta concentração de idosos na capital. Agora, nos últimos momentos que antecedem a estreia do espetáculo no Sesiminas, Gyuliana Duarte comenta: “Dar luz a estas histórias, valorizar as lembranças, ter contato com as experiências vividas e seus sentidos, é poder transmitir, ao longo dessas gerações, uma compreensão de um mundo atual. É romper com o etarismo. Por meio dessas recordações, a pessoa idosa transmite o seu legado, e por meio dele podemos ter acesso a um mundo de riqueza e diversidade que não conhecemos e que nos é contado”.

    Para a costura dramatúrgica foi convidado o palhaço Nereu Afonso da Silva – palhaço e pesquisador de São Paulo. O artista também assina a dramaturgia de “Ponto Azul”, último trabalho do Hahaha, dirigido por Mateus Solano. “VIVA! quer expressar tanto a saudação quanto o simples desejo de vida”, comenta Nereu. Na construção de um texto, o dramaturgo destaca que as estratégias utilizadas para mesclar as histórias e o palhaço dependem muito de cada coletivo. “Eu já tinha trabalhado a partir de depoimentos reais, tanto na palhaçaria como em outras linguagens teatrais. Mas as equipes de cada projeto têm suas especificidades e acabo me reinventado. No caso do Hahaha, esse desafio tem sido vivido com muita troca e doçura. Pretendemos que seja um espetáculo para rir, se emocionar e refletir”, completa.

    O convite à atriz Raquel Castro para assumir a direção do trabalho foi uma escolha natural, conta Eliseu Custódio, coordenador artístico e fundador do Hahaha: “Raquel veio pelo afeto e pelo profissionalismo. Já conhecida de alguns artistas do elenco, estudiosa da arte, professora da UFOP,  investigadora do teatro documental e temáticas da pessoa idosa e do circo tradicional, entendemos que a chegada de Raquel casa com nosso desejo de levar para a cena, circo, teatro documental e afetividade”, afirma.

     

    Com encenação apoiada em recursos do teatro documentário, Raquel comenta que ficcionalizar e interpretar poderia ter sido um caminho. “Mas contar as histórias evidenciando o olhar dos palhaços nas relações reais com os idosos conferiu um viés mais potente, documental e narrativo para o trabalho, ainda que a ficção esteja presente pelo olhar sensível do dramaturgo”, diz.

    Para ativar em cena a experiência do real, Raquel conta que utilizou estratégias como a projeção de imagens de fotos, documentos e objetos mencionados pelas pessoas idosas  nas histórias. “São recursos que funcionam como espécie de arquivo-afetivo, de fazer emergir o real nas histórias contadas”, pontua.

    Outro grande desafio para a diretora foi manter em cena o tom intimista proporcionado pelos primeiros contatos com a pessoa idosa. “O trabalho dos palhaços nas instituições é individualizado, enquanto a cena pede certo distanciamento e espetacularidade. Portanto, estamos trabalhando para que a experiência coletiva de assistir ao espetáculo não resulte para o espectador em perda de proximidade e identificação com os artistas”, diz.

    No palco, há momentos de interação com a plateia, em outros, relatos íntimos dos atores em que dividem com o público a alegria, a beleza, os medos e angústias do encontro com os idosos. Em VIVA!, a música também cumpre papel de aproximação. “Durante as visitas, fizemos uma pesquisa de canções mais conhecidas dos idosos, que datam das décadas de 30, 40 e 50. Quando tocamos para eles, funcionaram como disparador da memória. Muitos lembravam imediatamente de algumas histórias pessoais”, comenta Juliene.

    trilha sonora original criada pelo diretor musical Gladson Braga, em colaboração com elenco e dramaturgia, traz ritmos como samba, choro e tango enriquecendo a dinâmica do espetáculo. No repertório, somam também canções conhecidas como “Beijinho Doce”, “Menino da Porteira” e “Meu Primeiro amor”, tocadas no violão, cavaquinho e pandeiro. “São as ‘mais pedidas’, aquelas que puxam o fio das histórias, que dão acesso de forma lúdica ao universo particular de lembranças e sentimentos que cada idoso deseja compartilhar”, comenta Raquel Castro.

    “VIVA! vem destas inspirações, desses encontros, dessa potência que são as memórias das pessoas idosas, onde os(as) palhaços(as) são testemunhas desse momento único”, completa Gyuliana Duarte. Ao lado de Raquel Castro, Jimena Castiglioni assina a assistência de direção. Os figurinos são de Marina Blanco, a iluminação de Jésus Lataliza e o cenário de Luiz Dias.

    Ficha Técnica

    Direção – Raquel Castro

    Dramaturgia – Nereu Afonso da Silva

    Direção Musical – Gladson Braga

    Assistência de direção – Jimena Castiglioni

    Elenco: Daniela Rosa, Daniela Perucci, Juliene Lellis e Francis Severino

    Cenário – Luiz Dias

    Figurino – Mariana Blanco

    Iluminação – Jésus Lataliza

    Projeção de vídeo – Pedro Lanna

    Técnico de Som – Vinicius Alves

    Produção – Vanessa Felix

    Assistente de Produção – Juhlia Santos
    Assistente de Cenário – Ruth Dias Fonseca

    Cenotécnico – Helvécio Isabel

    Coordenadores artísticos: Gyuliana Duarte e Eliseu Custódio

    Administrativo: Elen Couto, Talita da Mata, Natália Vitória e Jacqueline Graciano

    Comunicação: Roberta Nunes, Bruno Oliveira, Isabela Lisboa

    Assessoria de imprensa: Cristina Sanches (Cs Comunicação e Arte) e Beatriz França (Rizoma Comunicação & Arte)

    Instituto Hahaha

    O Instituto Hahaha é uma organização da sociedade civil (OSC) que promove a arte da palhaçaria em espaços de saúde e de acolhimento. Com a missão de colocar o riso a serviço da vida, busca garantir o direito e acesso à arte e à cultura para crianças, adolescentes, adultos, idosos, seus familiares, profissionais de saúde e corpo técnico.

    Fundado em 2012 por Elen Couto, Eliseu Custódio  e Gyuliana Duarte o Hahaha foi inspirado na primeira organização de palhaços médicos “Clown Care Unit” de Nova Iorque e com a expertise de cinco anos de atuação na organização Doutores da Alegria em Belo Horizonte. Além disso, é representante da sociedade civil no Conselho Municipal do Idoso e Conselho Municipal da Criança e do Adolescente em Belo Horizonte.

    A instituição é reconhecida hoje com Prêmio de Gentileza Urbana pelo Conselho Estadual de Arquitetura de MG (2013), Condecoração de Honra ao Mérito pela Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte (2014), 2º Lugar na 3ª edição do Prêmio Pró-longevidade (2021), na categoria Pessoa Jurídica, pelas ações de promoção à saúde e bem-estar às pessoas idosas e Prêmio Amigos do Bairro de Santa Tereza pela Associação dos Amigos do Bairro Santa Tereza (2022).

     

    SERVIÇO

    Instituto Hahaha estreia Viva!

    12, 13 e 14 de abril

    Sexta e sábado – 20h e domingo – 15h

    Retirada gratuita de ingressos pelo Sympla

    Duração: 80 minutos

    Local: Teatro Sesiminas

    Mais informações:

    www.institutohahaha.org.br

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