* David Braga
Com as intensas discussões políticas que temos enfrentado em nosso país há algum tempo, temos vivenciado entre amigos, colegas e familiares conversas mais acaloradas onde cada um quer ter mais razão que o outro. Em qualquer tipo de relação ter empatia, ou seja, se colocar no lugar do outro é sempre essencial, além de ter escuta ativa e até mesmo respeito às diferenças e aqui podemos inclusive pontuar quanto à diferença de pensamentos. Se lidamos com pessoas com personalidades, culturas e até mesmo propósito distintos, é preciso maturidade emocional para atuar com diplomacia e mantendo as relações criadas.
Essas polarizações têm sido cada vez mais frequentes dentro das organizações, o que ao ver é péssimo, uma vez que ao invés de caminharmos cada vez mais para ambientes com sinergia, empatia e espírito de equipe, muitas vezes estamos percebendo ambientes de embates e discussões desnecessárias. É preciso ter jogo de cintura para que as divergências não sejam levadas para o lado pessoal, o que irá impactar diretamente no clima organizacional e consequentemente na entrega dos resultados da empresa. Cabe aos líderes construir consenso, coesão e colaboração, constantemente, para que possa além de colher frutos positivos, proporcionar um ambiente de trabalho adequado.
E nesse contexto de polarizações, as redes sociais têm impulsionado tais discussões latentes, uma vez que muitas pessoas usam as redes não só para descontração, mas para emitir opiniões e, pior, partir para agressões e isso tem se estendido para o contato presencial. É importante lembrar que sempre seremos observados, seja por amigos, colegas de trabalho, ou mesmo familiares e isso pode afetar diretamente a nossa credibilidade.
Cabe aos líderes trazer a variedade de pensamentos ao time, que inicialmente incomoda, mas bem gerenciada, gera inclusive a tão falada inovação. Evidentemente você não precisa concordar sempre com o que o outro diz ou acredita. O que não pode acontecer, é você acreditar que apenas a sua ideia, pensamento ou defesa é a mais coerente. Lembre-se que cada um tem uma cultura, seu repertório individual e suas crenças e se tornar intolerante, além de ser desagradável, distância pessoas e ainda irá denegrir a sua imagem, afetando inclusive seu crescimento profissional.
No mundo corporativo é preciso coerência, bom senso e consistente habilidade de gestão de conflitos, uma vez que isso é cada vez mais frequente em nosso dia a dia e é preciso destacar que não é de responsabilidade apenas da liderança mediar tais conflitos, mas uma característica que precisar estar presente do estagiário ao presidente, especialmente àqueles que desejam se destacar na carreira profissional.
Apenas com mente aberta, respeitando as diferenças e se desafiando diariamente que você se torna um profissional e uma pessoa melhor. Então antes de iniciar uma discussão e defender com veemência aquilo que acredita, tente aplicar a falada empatia, ouvir o que outro tem a dizer a promova um bate papo sadio e amistoso. Quem sabe dessa forma você não descobre novos caminhos e mostra na prática o real significado de respeito ao próximo.
* David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent. É autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você” e professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC) para matérias de gestão de pessoas. Ele atua, ainda, como embaixador do ChildFund, eleita, pelo quarto ano consecutivo, uma das 100 melhores ONGs do Brasil, que apoia crianças e adolescentes em extrema vulnerabilidade.