Não bastasse o rombo causado pela pandemia da Covid-19 no bolso do empresariado mineiro, o ano de 2020 caminha para seu fim deixando outro amargo sabor. Desde a última terça-feira (1º), já está valendo o sistema de bandeira vermelha patamar 2, responsável pelo custo adicional de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts-hora consumidos na conta de energia.
De acordo com comunicado emitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a queda no nível de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas e a retomada do consumo de energia, ocasionada pela volta das atividades comerciais em todo o país, levaram à revisão da decisão que, incialmente, previa a manutenção da bandeira verde até o dia 31 de dezembro.
A medida, que afeta todos os brasileiros, terá um peso ainda maior no balanço dos comerciantes, pois além de utilizarem a energia elétrica como força motriz para seus negócios, tiveram as finanças profundamente impactadas pelas medidas restritivas do distanciamento social.
Em curva ascendente no Brasil, sobretudo em Minas Gerais, que tem se destacado como expoente na implantação de usinas fotovoltaicas (UFV’s), a Geração Distribuída (GD) se apresenta como uma modalidade interessante para a redução dos custos com energia elétrica e, ainda, contribui para a sustentabilidade do planeta.
De acordo com o diretor comercial da Empresa Mineira de Geração Distribuída (EMGD), Cristiano Piroli, os clientes que utilizam os serviços da empresa podem diminuir em até 18% os custos com a conta de luz, se comparado à tradicional forma de consumo. Além da economia, o diretor destaca outras facilidades para a adesão: “Não é necessária a instalação de equipamentos no imóvel do cliente, ele não paga taxas de adesão ou manutenção, e ainda é livre de fidelidade”, garante.
Ainda segundo Cristiano, o serviço atende às necessidades específicas de cada um e, através do cálculo da média de consumo do cliente ao longo dos últimos meses, é possível dimensionar a cota de energia necessária para compensar seu consumo junto à concessionária – no caso da EMGD, o serviço só ocorre em instalações atendidas pela Cemig.
A captação da energia solar acontece em usinas fotovoltaicas (UFV’S) remotas, implantadas em locais estrategicamente planejados para alcançarem o máximo de eficiência possível. “Suponhamos que o proprietário de uma clínica odontológica tenha uma fatura de energia média de R$ 5.000. A partir do momento da contratação do plano EMGD, a cota solar alugada por ele vai compensar seu consumo com a Cemig, cabendo ao cliente apenas o pagamento da sua mensalidade que, no caso exemplificado, custará cerca de R$ 4.100, ou seja, uma economia anual de aproximadamente R$ 11 mil”, detalha.
Soma-se às benesses econômicas a contribuição ecológica dessa matriz energética, que permitirá à empresa cliente, além de gerar sua própria energia, colaborar com o meio ambiente. “O aluguel de uma cota capaz de gerar 5.000 kWh/mês consegue reduzir, por ano, aproximadamente 1,4 toneladas de CO2, o equivalente ao plantio de 11 árvores”, celebra Cristiano.
Com a alta demanda registrada pela adesão à modalidade, a EMGD trabalha em sua expansão por Minas Gerais e espera implantar nos próximos três anos 24 usinas fotovoltaicas em mais de 20 municípios mineiros.