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Bernardo Baroni Chegou

    Bernard Baroni na gravação do EP Home Office / Crédito: Francisco Dumont

    A nova voz do sertanejo no país tem sotaque mineiro e Betim no coração; Bernardo Baroni tem só 18 anos, mas canta desde sempre. Talvez isso justifique o momento excepcional que o jovem cantor está vivendo: do tempo em que dividia a boleia do caminhão com seu pai, até o EP com quatro canções lançado na última semana – o “Bernardo Baroni Home Office” –, tudo pareceu um pulo.

    O filho do meio de quatro irmãos não carrega o título de único artista da família. Bernardo crescera no circo, viajando pelas cidades do interior de Minas – ora na cegonheira do sr. Cláudio César, ora entre a trupe como o palhaço ‘Perereco’–, mas o mundo pra ele não podia ficar só entre o nariz vermelho e as gargalhadas no picadeiro, tinha algo em Bernardo que não conseguia ser silenciado: sua voz.

    O percurso entre os shows em barzinhos em sua Betim e o interior do estado durou dois anos, driblando 10 apresentações a cada semana, com o vai e vem entre as cidades mineiras – de Oliveira a Bom Sucesso, de São Pedro do Suaçuí  a Santo Antônio do Amparo, passando por Itabira,  acumulando 300 apresentações até a chegada da pandemia da Covid-19, em março. O que para muitos representou o maior obstáculo de suas carreiras, para Bernardo foi o desafio que faltava.

    Bernardo Baroni e Lili Ribeiro, empresária e tia do cantor / Crédito: Francisco Dumont

    Foi então que, sob a cuidadosa gestão da empresária Lili Ribeiro, a “tia Lili”, Bernardo topou o, até então, maior desafio de sua carreira: em pouco mais de 10 dias, idealizou, produziu e protagonizou sua estreia Brasil afora com a live #PeloCirco. Numa apresentação que durou quase três horas, embalada por mais de 30 canções, o cantor arrecadou R$ 6 mil, uma tonelada de itens de higiene pessoal, mais de mil cobertores e 400 cestas básicas.

    Agora, o mais recente projeto de Baroni é um EP com quatro músicas batizado de “Home Office”. O trabalho, superintimista, eterniza um pouco do momento de isolamento social ao ser gravado na privacidade da casa de sua tia e empresária, no melhor estilo acústico. Nele, Bernardo Baroni reúne covers de algumas de suas canções preferidas e muito do seu astral; reapresenta “Beijada boa”, a única autoral deste trabalho, fruto dos tempos de escola, que marcou muito mais que o início de sua paixão pela música ao projetá-lo mundo afora – leia-se Alemanha e Nova York. Mas Home Office não fica só nisso.

    Com “Será que foi saudade”, um clássico de Zezé di Camargo & Luciano, o cantor mostra a que veio: o timbre maduro se mistura à energia do jovem talento numa versão inédita e elétrica. Já com “Saudade sua”, de Gusttavo Lima, Baroni atende ao pedido de uma antiga paixão com a gravação, afinal, o que seriam das grandes canções sem as histórias de amor? Pra completar o EP, “Mala” – de Hugo Henrique e Celi Júnior, trazendo uma releitura com dose extra da personalidade do cantor.

    O trabalho, lançado em todas as plataformas de streaming no fim de agosto, encerra setembro com quatro novos clipes para o canal do cantor, agitando ainda mais a disputada rede social de Bernardo, que já acumula fã-clubes e tietes por aí.

    Sobre Bernardo Baroni

    Bernardo Baroni é o tipo de artista que não se pode adjetivar.

    Chamá-lo de carismático faria jus, mas não demonstraria o quanto ele é talentoso. O título de prodígio também cairia bem, afinal, seus 18 aninhos estão aí pra mostrar que sim, ainda é um menino, mas muito diferenciado. A verdade é que Bernardo vai além; talvez reflexo de uma geração que está nascendo cada vez mais pronta para surpreender, talvez pela sintonia afinada entre uma alma simples, um coração imenso, aliados a boas doses de coragem humor. E foi assim que tudo aconteceu: a sensação é de que essa carreira começou no berço.

    E não deixa de ser verdade.

    Cantando há 12 anos, o menino de apenas 18 tem só três dedicados exclusivamente à música. O timbre marcante começou chamando atenção da família e, ainda criança, entre uma canção e outra de Zezé di Camargo & Luciano, Leonardo e Eduardo Costa cantadas à exaustão no karaokê de casa, Bernardo descobriu o que, de fato, fazia seu coração bater acelerado. Ele nascera pra (en)cantar. Foi então que o menino entendeu que sua missão ia além das paredes da sala de estar. Era preciso cair na estrada, se descobrir e cantar pra se encontrar.

    E assim aconteceu com a #livePeloCirco, em junho.

    Com produção musical do renomado Studio Gravomix, gravação de Amós Rodrigues, cenário e iluminação sob o know how de Olímpio Cenografia e DMC Leds, a transmissão no canal do cantor no Youtube teve como mestre de cerimônias Sara Costa – a irmã de seu ídolo, Eduardo – e o carinhoso apoio do ator e trapezista Marcos Frota, um dos maiores representantes da categoria artística no país. Tudo cuidadosamente dirigido pela tia Lili que não poupou esforços pra realizar o sonho de seu menino.

    No repertório da live, as modas apaixonadas do sertanejo que Bernardo Baroni adora: “Telefone mudo”, “Passou da conta”, “Juras de amor” e “Amor violeiro”, além de hits eternizados por nomes como Chitãozinho & Xororó, Jorge & Mateus, Trio Parada Dura, Bruno & Marrone e outros tantos. Mas, como um “bom exemplar” nascido em 2002 – fruto da chamada Geração Z –, Bernardo foi além dos clássicos do estilo. Na playlist do artista ouve-se do ícone pop Justin Bieber aos ídolos nacionais Roberto Carlos e Roupa Nova, os últimos dois, inclusive, completam com “Esse cara sou eu”, “Coração Pirata” e “Whisky a Gogo”, respectivamente, o setlist dos shows de Baroni.

    Depois de viver sua infância na magia do circo, entre as chegadas e partidas de um pai caminhoneiro, o jovem cantor encara o começo de sua vida adulta com a pureza de antes: não dispensa um bom churrasco e as tardes de sossego “no meio do mato”, mas vê seu coração acelerar mesmo é com o sonho de viver de música e, assim, distribuir com sorrisos e solidariedade um pouco do que a vida generosamente já lhe concedeu. “Quero usar minha voz não só pra cantar sobre o amor, mas para dar visibilidade a uma causa nobre e ajudar quem não teve tanta sorte”, completa.

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