Pular para o conteúdo

Combate e prevenção à trombose

    Edema, dor, calor ou vermelhidão nas pernas, principalmente se acometer apenas um dos membros, cansaço excessivo, sensação ofegante ao realizar pequenas tarefas domésticas ou caminhadas leves são as alterações clássicas que podem indicar tromboembolismo venoso (TEV), e que merecem atenção, mas nem sempre esses sinais estão presentes em todos, afinal, cada pessoa é única. Somente no Brasil, o TEV atinge cerca de 180 mil pessoas por ano, segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). No mundo, estima-se que o número chegue a 10 milhões.

    A doença pode ser detectada e tratada de forma adequada e precoce, por isso, alertar e educar a população sobre o tema, de forma preventiva, é muito importante. Por isso, foi instituído o dia 16 de setembro como Dia Mundial de Combate e Prevenção à Trombose.

    A trombose venosa profunda, conhecida popularmente como TVP, é uma doença caracterizada pela formação de coágulos no interior de artérias ou veias, que também podem se desprender dos vasos, formando os trombos e êmbolos e que, mais recentemente, acometeu o cantor Anderson Leonardo, do grupo Molejo. Esses trombos geralmente seguem para o pulmão ou coração, obstruindo uma artéria, o que impede o fluxo normal do sangue, causando falta de ar, cansaço e, se não tratada, a doença leva a complicações e à morte.

    Conforme explica o médico especialista em Clínica Médica da Rede Mater Dei de Saúde, Thiago Horta Soares, existem várias causas de trombose, entre elas as hereditárias, conhecidas como trombofilias, e as adquiridas a partir de traumas, cirurgias de grande porte, obesidade, varizes, câncer e uso contínuo de alguns medicamentos.

    “A trombose venosa é causada pela coagulação do sangue no interior das veias – vasos sanguíneos que levam o sangue de volta ao coração – devido a um desequilíbrio no mecanismo de hemostasia, gerando a formação de trombos. As veias mais comumente acometidas são as dos membros inferiores (cerca de 90% dos casos). Esta é uma doença mais frequente em pessoas com algumas predisposições, como uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal, tabagismo, presença de varizes, pacientes com insuficiência cardíaca, tumores malignos, obesidade ou a história prévia de trombose venosa”, explica.

    Outras situações são importantes no desencadeamento da trombose como as cirurgias de médio e grande portes, infecções graves, traumatismo, fase final da gestação e o puerpério e qualquer outra situação que obrigue a uma imobilização prolongada (paralisias, infarto agudo do miocárdio, viagens aéreas longas, etc.).

    Protocolo – Para reduzir a incidência de trombose em pacientes internados em suas unidades hospitalares, a Rede Mater Dei de Saúde adota um protocolo específico para avaliar o risco e instituir medidas com objetivo de reduzir a ocorrência de tromboembolismo venoso (TEV). Segundo o Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP),  a adesão à profilaxia adequada de TEV é de 90%. Na Mater Dei, essa taxa chega a 90,7%. Pacientes que se internam no hospital se submetem à avaliação de risco de acordo com o procedimento clínico ou cirúrgico que será submetido. São colhidas informações, pela equipe de enfermagem, como porte da cirurgia, idade do paciente, uso de medicamentos e doenças associadas que aumentam o risco de trombose.

    “Essa avaliação inicial é fundamental para adequar as ações preventivas destinadas aos pacientes que têm risco de TEV e de sua consequência clínica mais temida, o tromboembolismo pulmonar”, diz Thiago Soares. Segundo ele, o envelhecimento é um dos principais fatores de risco não modificáveis para a trombose. “Estudos populacionais mostram que a partir dos 40 anos a incidência aumenta de forma exponencial, dobrando a cada década de vida. Por isso, um estilo de vida saudável e ativo é recomendado para a prevenção não só da trombose, mas também de inúmeras doenças”, acrescenta.

    A taxa de incidência entre jovens é maior em mulheres, principalmente em idade fértil. A partir dos 45 anos, essa taxa é maior em homens.  “Estimamos que ocorra 60 casos para 100 mil habitantes ao ano no Brasil. No mundo, a embolia pulmonar é uma das principais causas evitáveis de morte hospitalar. Ressaltamos que esses  valores podem ser subestimados, uma vez que é uma doença subdiagnosticada”, acrescenta o médico. O tratamento é realizado com uso de medicamentos anticoagulantes, por tempo a ser determinado pelo médico.

    Gerador de tráfego de site gratuito