Com a queda de temperatura no mês de maio, os banhos quentes se tornaram a única opção para manter a higiene pessoal de forma confortável, para muitas pessoas. Com os termômetros em 10°C em grande parte do estado de Minas Gerais, é comum exagerar na potência de chuveiros elétricos para manter o bem-estar. Segundo dados do Ministério das Minas e Energia, 73% dos lares brasileiros ainda adotam a alternativa elétrica para o aquecimento, em sistemas a gás ou solar, e especialistas recomendam cuidados para evitar problemas com o aparelho, que pode ser sobrecarregado e, em casos extremos, até provocar choques.
De acordo com o coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Faculdade Pitágoras, Professor Lucas Pereira, os erros mais comuns em relação ao chuveiro estão relacionados ao aterramento da instalação, popularmente conhecida como ‘fio terra’, e à conexão dos terminais feita de modo inadequado. “A instalação é sempre muito importante, pois as fugas de corrente elétrica podem causar acidentes. Além disso, as conexões devem ser bem isoladas para que não ocorra aquecimento da fiação”, afirma o docente.
O engenheiro explica que o calor gerado pelo resistor do aparelho é transferido para a água do encanamento sem que a eletricidade vá para o líquido ou para o corpo humano, que têm menor oposição à passagem de corrente. “A temperatura do banho irá depender da potência do aparelho, do fluxo e da temperatura da água que passa pelo chuveiro; por isso, o recurso de fechar levemente o registro para o aquecimento ser suficiente”, pontua.
“A função do aterramento é descarregar as cargas acumuladas do chuveiro para a terra, facilitar o funcionamento dos dispositivos como disjuntores e, principalmente, proteger o usuário. Por isso, o aterramento elétrico deve ser realizado por um profissional”, afirma o docente. Ligar os aquecedores diretamente em tomadas, que não conseguem aguentar a alta corrente, é uma prática proibida pela Norma Técnica Brasileira (NBR) 5410, que determina as condições necessárias para instalações elétricas de baixa tensão.
CUIDADOS
O engenheiro indica que alguns cuidados domésticos podem evitar acidentes. Segundo ele, é recomendado utilizar tapetes de borracha ou chinelos no chuveiro para que não haja contato direto com o chão. As trocas de chaves de temperatura também só devem ser realizadas quando o aparelho estiver desligado e o tempo do banho quente também deve ser controlado.
MANUTENÇÃO
A manutenção periódica também é necessária para o bom funcionamento. Os orifícios do aparelho devem ser limpos de forma recorrente para que a pressão da água não danifique fisicamente o chuveiro. Para esse processo, é importante que o morador da residência desligue o disjuntor ou a chave geral de energia.
O professor alerta que, uma vez queimada, a resistência jamais deve ser reaproveitada. “É importante que não sejam adotadas estratégias sem validação de um eletricista, como remendos e adaptações. Além de colocar as pessoas em risco, essas saídas podem provocar aumento da conta de luz”.
Faculdade Pitágoras
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