Regina Misk tece, com ousadia e personalidade, a linha de suas obras. De seu ateliê, surgem criações que ressignificam antigas formas de ofícios e conduzem tradição ao encontro harmonioso com o contemporâneo. O tear, o crochê, o tricô e o bordado ganham nova luz, perpetuando a raiz em frutos únicos.

Agora suas criações ganham abrigo seguro, onde os visitantes poderão ver de perto suas coleções, sentir as texturas, ver a cores e o conforto de suas peças, ao mesmo tempo em que descansam no mobiliário exclusivo e que agora terá espaço de sobra na casa para acolher as visitas enquanto acompanham o trabalho do tear de uma artesã, o crescer da malha da crocheteira, o acabamento final de uma peça – cuja construção pode durar até 40 horas – e ver uma encomenda sair para a entrega. “Quero que as pessoas vivenciem o meu trabalho, valorizem os processos e o trabalho manual. Quero que levem para casa um produto com história, que resgata o saber fazer e a memória afetiva”, afirma Regina.

Para isso, Regina usou seu olhar artístico e apurado e se encantou por uma casa construída na

década de 1920, no bairro de Barro Preto, região central de Belo Horizonte, e conservou suas

características marcadas pela década da primeira remodelação do espaço urbano da cidade e também pelo Modernismo Mineiro. “Buscava uma originalidade nos detalhes da casa: pisos em tacos, azulejos antigos, pé-

direito mais alto. Esteticamente, uma casa moderna não combina com meu negócio, uma casa com originalidade e história e com uma arquitetura que encontra-se com o saber antigo como o fazer à mão, tem mais identificação com o que eu proponho”, conta Regina.

O projeto é assinado pelo arquiteto Pedro Haruf, que manteve toda a estrutura original da casa, interferindo apenas em alguns ambientes que precisavam de mais atenção, como o banheiro social, por exemplo. A fachada preservada ganhou o nome da designer e dá as boas-vindas calorosas, como a casa de um morador nativo. Regina também teve a ajuda de seu filho e designer Rafael Quick, desde o conceito até a escolha de elementos no design de interiores, mantendo o máximo de originalidade do prédio. “O que eu mais gosto na casa é o pé-direito alto e as três salas integradas, o chão de tábua corrida, as portas altas e largas, típicas de casas centenárias. Mantivemos a fachada como era, apenas restaurando o acabamento e mudando levemente as cores principais. Não interferimos em janelas e pisos, mas trouxemos de volta o estilo antigo dos detalhes decorativos e de revestimentos”, comenta.

 

A inauguração do Atelier Regina Misk está prevista para acontecer no mês de março, mas não contará com evento especial devido os cuidados que o isolamento social requer. Após abertura, as visitas poderão ocorrer por meio de agendamento dentro do horário comercial, seguindo todas as recomendações de saúde da OMS.

By Nimai Dasa

Nimai Dasa profissional formado em Comunicação Social e atua como jornalista a mais de 15 anos.

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