As projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), agora em 5%, apontam para uma mais otimista recuperação da economia brasileira. A melhoria do indicador é tida como motivadora de investimentos no mercado imobiliário brasileiro. Historicamente, a construção civil é um importante indicador do crescimento da economia do país, sendo um dos setores que registrou maior incremento no resultado do PIB no primeiro trimestre de 2021, com 2,1%. Em Minas Gerais, o desempenho foi superior ao nacional: 3,1%.
Segundo Evandro Negrão de Lima Jr, presidente da Sancruza Imóveis, as boas novas criam um ambiente propício para o aumento das vendas de imóveis e despertam o interesse de investidores. “A construção civil é um termômetro do desenvolvimento do país. O PIB subindo significa uma economia mais forte, mais riqueza e mais emprego”, afirma. “Emprego e renda são fundamentais para as pessoas tomarem um financiamento, que é o principal motor do mercado imobiliário”, complementa.
Para o empresário, que também preside a MyMall, especializada no segmento de lojas comerciais, essa previsão de crescimento do PIB gera um ciclo virtuoso. “O mercado de imóveis comerciais também reage. O consumo das pessoas está muito forte e isso repercute no varejo, nas lojas.” Ele destaca que, mesmo com o anúncio do terceiro aumento consecutivo da taxa básica de juros (Selic), passando de 3,5% para 4,25% ao ano, o otimismo do mercado não deve ser impactado. “A previsão é de que os bancos não alterem suas taxas imobiliárias devido a esses aumentos da Selic, pois os juros praticados ainda seguem maior que o custo de funding, mesmo com esses aumentos”, afirma.
Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), as vendas de apartamentos novos registraram crescimento de 130,99% em maio na comparação com abril de 2020. Essa tendência de alta nas negociações ocorre apesar dos desafios enfrentados pelo setor em relação às matérias-primas. Os insumos da construção civil estão escassos e mais caros, devido à pandemia e à desvalorização do real frente ao dólar. Nos últimos 12 meses, encerrados em maio de 2021, o custo com materiais cresceu 38,24%, maior alta dos últimos 26 anos. “Esse aumento de custos, que vai impactar os preços finais, reforça o bom momento para a aquisição de imóveis, que tendem a subir de preço.”
Para quem aluga, o mercado também tem garantido oportunidades. “Comprar um imóvel costuma ser uma boa alternativa para investimento, pois o próprio aluguel já rende mais que aplicações em renda fixa. Além disso, em um futuro próximo, o investidor pode vender esse imóvel por um preço acima do que foi adquirido”, afirma.
Transformação digital
Na avaliação da presidente da CMI/Secovi-MG, Cássia Ximenes, as notícias positivas em relação às estimativas de crescimento do PIB, naturalmente, alimentam a confiança de investidores no segmento imobiliário. “As novas projeções geram uma maior segurança tanto para os investidores quanto para os empresários do setor, incentivando novos investimentos”, declara. “Se comparado ao mercado financeiro, o investimento em imóveis tem sido uma opção muito interessante em rentabilidade e segurança. Isso tem atraído cada vez mais investidores —inclusive de pessoas que moram fora do país— e pessoas aptas para adquirir a casa própria”, acrescenta Cássia.
Ela ressalta que a nova realidade, imposta pelas mudanças de rotina diante da pandemia, acelerou a transformação digital do segmento, o que contribuiu positivamente para as boas perspectivas. “Hoje, com todas as facilidades que temos, como os contratos, visitas virtuais, assinaturas on-line, mesmo em tempos de pandemia e distanciamento físico, os negócios ocorrem em plena segurança jurídica”, afirma.