O mundo pós-pandemia certamente é focado no digital. O e-commerce foi a salvação de muitas empresas na pandemia. Escolas, faculdades e outras instituições de cursos ministraram aulas por Zoom, Google Meet ou Skype. Cada vez mais, grupos de pessoas usam de recursos tecnológicos em seu dia a dia.
Porém, entidades sociais têm encontrado entraves para manter o engajamento online “A tecnologia facilita o acesso, mas, nem todos estão conectados”, avalia Maíra Matos, coordenadora de projetos do Instituto BH Futuro. Ela explica que grande parte dos beneficiários dos programas não conseguem acessar os ambientes digitais disponibilizados nesse período de pandemia.
Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mostram que em torno de 4,8 milhões de jovens de 9 a 17 anos no Brasil, não conseguem acompanhar as aulas na escola por falta de acesso à tecnologia. Esse número corresponde a 17% dos alunos matriculados em escolas brasileiras.
“Se considerar jovens em situação de vulnerabilidade, as dificuldades são maiores”, comenta Maíra, que detalha que das 1.200 pessoas atendidas pelo Instituto BH Futuro, apenas 20% têm conseguido manter algum contato por plataformas online.
O Instituto vem mantendo videoaulas referentes às oficinas, como exercícios de balé, ginástica artística, de karatê, dicas sobre o mundo do trabalho e temas relativos à pandemia, como o isolamento, em suas redes sociais. “O formato online vem sendo um desafio para os educadores também. Fizemos treinamentos e todos se dispuseram a aprender a utilizar ferramentas!”, pontua a coordenadora.
Maíra avalia que este ainda é um problema que não tem solução, e que o Instituto tem investido suas energias em liberar conteúdos nos formatos mais diversos através de suas redes sociais, tentando impactar o maior número de pessoas possível.
“Lutamos e temos conseguido manter as atividades, dentro de suas limitações! Também somos gratos aos doadores, parceiros e equipe que mantiveram suas mãos estendidas. Precisamos ainda vencer o desafio de alcançar a todos, sem exceção, e contamos com todos para seguir trabalhando digitalmente”, conclui.
Sobre o IBHF
A história do Instituto Belo Horizonte Futuro começou, em 2002, com o Espaço Criança Esperança de Belo Horizonte (ECE-BH). A região escolhida foi o Aglomerado da Serra por ser, à época, a maior área de vulnerabilidade social de Belo Horizonte. Durante esses 18 anos de existência, foram várias conquistas, parcerias de sucesso e transformações nas vidas de muitas crianças, adolescentes e jovens da região. Mais de 15 mil crianças e adolescentes, 3.500 famílias e 5.000 pessoas da comunidade participaram ou foram atendidas pelo Instituto.