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Mercado de startups no Brasil cresce quase 30% no setor de energia

    Estudo desenvolvido pela Liga Ventures com apoio estratégico da PwC Brasil analisa a inovação no mercado de energia com foco nas soluções de startups. O relatório “Mercado de Energia no Brasil” mostra a evolução dessas empresas no período entre dezembro de 2020 e outubro de 2021, com dados mapeados pelo Startup Scanner, ferramenta desenvolvida a partir dessa parceria, que acompanha ativamente as startups de diversos setores. O estudo demonstra um crescimento de 29,82% no número de startups no Brasil. Entre elas, 201 estão ativas e monitoradas, sendo que quase 18% são voltadas para eficiência energética, 20% para geração compartilhada e 15% para Data Analytics.

    Em Minas Gerais, o estudo indica a presença de 30 startups, instaladas em Belo Horizonte (13), Itajubá (oito), Nova Lima (duas), Santa Rita do Sapucaí (duas), Betim (uma), Contagem (uma), João Monlevade (uma), Pouso Alegre (uma) e Uberlândia (uma). No estado, a maioria atua com tecnologia fotovoltaica (nove), mercado livre de energia (três) e big data (três).

    Foto: Simon Torsten

    “A quantidade de startups ativas está alinhada com o momento do Brasil. Um exemplo é o Data Analytics.  Hoje as empresas trabalham com perfil de dados, mercado consumidor e isso precisa de inteligência de gestão de dados. Existe também a questão do e-mobilidade, o uso de baterias, ou seja, um mercado que olha para a descarbonização. Há startups pensando nisso também”, explica o sócio da PwC Brasil, Ronaldo Valiño.

    Segundo ele, para uma startup ter um negócio viável no mercado é preciso determinar qual seu foco de atuação e melhor entender os riscos e necessidades. “Hoje o setor de energia precisa conhecer o seu cliente. A transição energética impacta toda a cadeia; então, é necessário utilizar essas tecnologias para acelerar essa mudança. Em 2020, o Brasil foi um dos países com maior investimento em energia eólica e, em 2021, o Nordeste conseguiu ser autossuficiente em energias renováveis. É preciso compartilhar essa energia para outras regiões”, explica.

    As operações de fusões, aquisições e investimentos entre essas empresas compõem outro dado que chamou a atenção no estudo. O valor movimentado foi de R$ 217,6 milhões, em um total de oito transações. As startups envolvidas foram fundadas entre 2016 e 2019, atuam em gestão de consumo, comercialização e financiamento de energia, geração compartilhada e Data Analytics e utilizam tecnologias como energia fotovoltaica e “smart meter” em suas soluções.

    O estudo revela, ainda, que houve um baixo grau de inatividade das empresas analisadas. Dos mais de 220 participantes, apenas 11,84% foram considerados inativos, ou seja, não apresentaram traços de atividade nos últimos 12 meses, foram compradas ou deixaram de atender um ou mais critérios descritos no anuário. Essas startups inativadas têm, em média, 6,6 anos de existência.

    “Se olharmos o ano cheio, houve um crescimento das startups considerando o período impactado pela pandemia e inatividade. A pandemia afetou todas as indústrias, sejam de energia ou não. Houve dificuldade para captar recursos, por exemplo. Então, o percentual das inativas é até baixo”, avalia Valiño.

    Assim como em outros setores da economia, as startups têm acelerado a aplicação de novas tecnologias e abrindo espaço para novos negócios nos mercados. Para Raphael Augusto, sócio-diretor de Produtos e Inteligência de Mercados da Liga Ventures, “uma condição estratégica para as empresas que pensam em acompanhar as mudanças do mercado é se aproximar dessas inovações, pois nelas se encontram a velocidade e a capacidade de abrir novos negócios e conquistar os consumidores”.

    Descarbonização no mercado brasileiro

    A descarbonização e eficiência energética estão entre as categorias que mais evoluíram no estudo das startups em energia. De acordo com o ano de fundação, foram as empresas destinadas a e-mobilidade, aquelas que atendem da melhor forma as metas de Net Zero, demonstrando alinhamento com as discussões da COP26.

    “Esses são cenários que vão ao encontro das tecnologias que as startups dominam e ficam disponíveis para se tornar um negócio. Olhando e agindo com as startups, as empresas do setor de energia e aquelas que também querem aproveitar o setor vão conseguir correr à frente dessas transformações”, afirma Augusto.

    Outro dado relevante encontrado no relatório diz respeito ao crescimento médio do número de funcionários. Atingidas pela crise hídrica e pela pandemia, as startups ativas de energia mapeadas pela Startup Scanner alcançaram um crescimento médio de 22,64% no número de funcionários de dezembro de 2020 a outubro de 2021, criando cerca de 960 novos empregos durante o período. Em Minas Gerais, foram 87 novos empregos na área.

    Cerca de 63,68% das startups ativas no mapeamento de energia da Startup Scanner contam com times de até 15 funcionários. Além disso, 7,96% das startups possuem mais do que 100 funcionários.

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