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Mostra “Vertentes” reúne dez artistas da música e do teatro de Belo Horizonte, de 24 a 27 de junho

     

    De 24 a 27 de junho, de quinta a domingo, sempre às 20h, acontece a Mostra “Vertentes” – uma diversidade de trabalhos musicais e cênicos, criados para o Youtube, pela geração de artistas inspirados por João das Neves e Titane, que, em 2005, surge com a Associação Campo das Vertentes. De 15 anos para cá, Bia Nogueira, Amorina, Irene Bertachini, Rodrigo Jerônimo, Michelle Ferreira, Vânia Silvério, Larissa Horta, Rubens Aredes, Kátia Aracelle e Jardel Rodrim trilharam, para além da associação, caminhos estéticos próprios, com produções autorais instigantes, que têm reverberado na cena belo-horizontina contemporânea. E agora, durante a mostra, essas trajetórias ganham uma série de quatro vídeos artísticos, com duração de 25 minutos cada, roteirizados por Brisa Marques e Irene BertachiniEste projeto tem idealização da cantora Titane, com recursos do Edital Lab. da Lei Aldir Blanc de Minas Gerais.

     

    Em razão da pandemia, os trabalhos da mostra foram previamente gravados dentro dos protocolos de segurança no estúdio Engenho e no parque Lagoa do Nado (local das primeiras oficinas da associação). A direção de arte é de Lucas Bois. Os vídeos ficam disponíveis, por tempo indeterminado, no canal do Youtube da Associação Campo das VertentesDurante as exibições, os artistas vão interagir no chat, ao vivo, com o público. “Nestes encontros virtuais, vamos levar para cena, ou melhor, para a frente das câmeras, a inquietude dos artistas navegantes desse rio de vários braços que é nossa associação. Os trabalhos e as histórias que trazemos hoje têm vida própria e foram construídos a partir de narrativas individuais, sustentadas por uma força coletiva”, relata a cantora Titane.

     

    Dentre os trabalhos de repertório da Associação Campo das Vertentes (2004), destaque para algumas obras premiadas, como “Madame Satã” (2007) e “Titane e o Campo das Vertentes” (2010). Com direção de João das Neves, as montagens tiveram sucesso de público e crítica, circulando por diversas cidades brasileiras. “Agora vamos na contramão. É a vez das potências individuais darem corpo ao coletivo. Cada vídeo da mostra ‘Vertentes’ coloca em foco a produção musical e teatral de cada artista, celebrando as histórias e vivências individuais, dentro dos processos de formação e criação realizados pela Associação Campo das Vertentes”, completa a coordenadora artística da mostra Irene Bertachini.

     

    Os trabalhos solos apresentados durante o evento colocam em evidência temáticas como a arte negra, a arte femininaarte como resistência e o corpo em cenaOs vídeos trazem entrevistas, apresentações musicais e cênicas, canções autorais dos artistas que participam da mostra e poemas dos consagrados João das Neves, Sérgio Pererê e Eduardo Galeano. “Sem dúvidas, a força da arte feminina é uma das chaves que nos permite harmonizar os desequilíbrios, ao longo da história. É muito importante que nossas vozes, como mulheres, sejam ouvidas”, diz Amorina, compositora e cantora da Mostra.

     

    No dia 24/06, quintaBia Nogueira e Kátia Aracelle inauguram a mostra. Duas forças conectadas às raízes pretas e suas histórias de coragem e resistência. Mulheres, mães e atrizes, estiveram juntas no espetáculo “Madame Satã”. Bia é também cantora e gestora cultural, além de integrar coletivos de BH, como o IMUNE. Kátia, reinadeira, já ganhou prêmios no teatro, como atriz e, no cinema, atuou em filmes como “Arábia”, “Baixo Centro” e “Plano Controle”. Ambas fazem parte do espetáculo “Dandara”, em processo de criação. Djonga é outro parceiro de trabalho em comum das duas.

     

    Irene Bertachini e Rodrigo Jerônimo abrem o dia 25/06, sexta. Pesquisadora da cultura popular brasileira, da voz e das poesias brincantes, Irene canta, compõe, toca e tem discos lançados no Brasil e mundo afora. “Irene Preta, Irene boa”, “Revoada” com Leandro César, “Lili canta o mundo” com Cristiano Gouvêia e Coletivo ANA. “Revoada” recebeu o prêmio “Flávio Henrique pelo BDMG Cultural como melhor álbum de canção de 2017. Além de integrar projetos em parceria, é de inventar e criar histórias. Rodrigo é multiartista, diretor, dramaturgo e gestor cultural, fundou o Grupo dos Dez (coletivo de teatro) e coordenou projetos de arte negra. Escreveu e dirigiu Madame Satã, ao lado de Marcos de Farias e João das Neves, com quem trabalhou durante 17 anos. Rodrigo estreia em breve trabalho sobre Baquaqua, africano escravizado no Brasil que escreveu a própria biografia.

     

    Já em 26/06, sábado, é a vez de conhecer Michelle Ferreira, Rubens Aredes e Jardel Rodrim, artistas que ocupam o espaço público. Jardel é instrumentista, compositor, arranjador e trabalhou com Amorina, Bia Nogueira, Filipe Gaeta, Fabrício Belmiro e Titane. Um dos fundadores do “Grupo dos Dez”, desenvolve solo chamado “Insulamento”, em locais abandonados de BH, no pós-pandemia. Atriz, com trajetória apoiada na política pública, Michelle pesquisa sobre povos e comunidades tradicionais. Entre vários trabalhos, desenvolveu “Ogum”, escrito e concebido por ela. Também atua na arte-educação e na música. A trajetória de Rubens passa também pelas periferias e cultura popular. O carnaval é sua forma de resistir, em cortejos do “Então Brilha” e do “Bloco Coração Leviano”. Manifesta conexão com a educação e criou escola de canto e consciência corporal que leva seu nome. Prepara-se para lançar os singles Mama América e Operárium Brasilienses.

     

    no dia 27/06, domingo, três vozes femininas: Amorina – cantora, compositora, produtora e defensora dos direitos das mulheres, do povo negro e da comunidade LGBTQIA+. Uma das idealizadoras da “Mostra Mulheres Criando” e do “Festival Sonora”, participa dos blocos de carnaval “Haja Amor” e “ClandesTinas”, que apoia mulheres em situação de risco. Prepara lançamento de IPALỌLỌ, álbum solo como cantora. Larissa Horta é instrumentista. Já tocou em várias bandas mineiras acompanhando artistas, como a própria Amorina, Fernanda Takai, Luiz Rocha, Flávia Ellen e Marina Machado, e o bloco de carnaval “Truck do Desejo”. Em 2021, assume disco solo, com foco no baixo e participações femininas protagonizando as composições instrumentais. Vânia Silvério vem da poesia: atriz, pesquisadora, arte-educadora em projetos ligados aos direitos humanos e produtora cultural. A partir de memórias pessoais, cria trabalhos artísticos com idosos, mulheres e em comunidades periféricas. Integrante do “Mamãe tá na Plateia Grupo de Teatro”.

     

    A proposta é que a Mostra Vertentes continue durante o ano, com apresentações abrangendo mais artistas que passaram pela Associação. “É uma forma de nos mantermos vivos e conectados como artistas resistentes a tanta opressão, violência e aniquilamento cultural. A arte é lugar dos discursos possíveis e da liberdade de expressão em todas as linguagens”, completa Titane.

     

    EQUIPE – MOSTRA VERTENTES

    Idealização e coordenação geral: Titane e a Associação campo das Vertentes | Coordenação artística, produção e roteiro: Irene Bertachini | Assistente de produção: Izabela Godinho | Gestão do projeto: Chico Damasceno, Lapa Cultural | Assessoria de imprensa: Beatriz França | Assessoria de redes sociais: Amorina | Gravação audiovisual, edição e direção de arte: Lucas Bois | Gravação, mixagem e máster: Técnico André Cabelo, Estúdio Engenho | Cenário e arte: Leonora Weissmann | Design: Jiló = Júlio Abreu + Leonora Weissmann. | Textos de apresentação e coroteirização: Brisa Marques

     

    ASSOCIAÇÃO CAMPO DAS VERTENTES

    A Associação Campo das Vertentes foi criada como desdobramento das oficinas e espetáculos realizados por João das Neves, Titane, Irene Ziviani e Sérgio Pererê no projeto Música e Cena/2005 e Campo das Vertentes/2006. Orientadores e alunos das oficinas, juntaram-se a técnicos, produtores e comunicadores para desenvolver processos coletivos de criação, realizando módulos de formação artística sempre integrados à montagem de espetáculos a partir do encontro de artistas experientes e artistas em formação. Finalmente, esta Mostra surge inspirada pelas urgências decorrentes da Pandemia do Coronavírus, onde se torna imperativo criar novas oportunidades de trabalho para artistas e técnicos e, acima de tudo, garantir espaços de difusão das artes, de acesso mútuo entre os artistas e seus públicos

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