Eles já se encontraram em festivais, nos maiores palcos do Brasil, em grandes estádios, em projetos que celebram a música brasileira e mineira, mas, em uma gravação conjunta, por incrível que pareça, é a primeira vez. O ineditismo da parceria não só é especial, como ocorre na canção que apresentou o Tianastácia para o Brasil. “Cabrobró”, sucesso conhecido nos quatro cantos do país, ganhou uma roupagem “direta e reta”, com a produção do Liminha e personalidade própria em relação às outras versões anteriores, com a adição de um tempero especial: a entrada de Samuel Rosa nos vocais.
“Não faria sentido celebrarmos 25 anos de carreira sem amigos tão presentes em nossa trajetória, como é o caso do Samuel. Ele tem uma relação de gentileza e admiração mútua com a gente, que acaba tornando a parceria natural”, avalia o cantor Podé Nastácia. Ainda segundo ele, Samuel é uma das referências musiciais para a banda. “Ele é um exemplo de músico, cantor, profissional, amigo, uma pessoa muito competente que – pela nossa história – não podia ficar de fora de uma comemoração de 25 anos.
Cabrobró é uma música já cantada por Samuel em participações nos shows do Tianastácia e, para essa versão, o produtor Liminha sugeriu uma vertente puxada para o nordestino, algo meio caricato, meio “O Auto da Compadecida”. “Quando veio essa linha achamos que Samuel seria perfeito por usar elementos como esse em algumas músicas do Skank, como em Mandrake e Seus Cubanos, por exemplo”, explica o vocalista.
Gravada pela primeira vez em 1995, o hit é uma composição do guitarrista Antônio Júlio Nastácia. “Quando compus “Cabrobró”, cheguei à conclusão de que estávamos prontos para disputar competições, e não deu outra – vencemos o “FestValda”, um importante festival da época, justamente com essa faixa. Dali em diante, as portas começaram a se abrir e tivemos campo para apresentar nosso estilo, nossas canções, nosso propósito e, felizmente, passamos a conquistar um público que, em grande parte, até hoje nos acompanha”, conta.
A música foi escrita em tempo recorde. “A letra me veio toda de uma vez em três ou quatro minutos. Me inspirei na brincadeira que existe no futebol quando o cara é muito ruim de bola. As pessoas dizem ‘aquele ali não precisar marcar não que a natureza marca, a natureza é implacável’… A mensagem é que a vida tem coisas boas e ruins e você escolhe o que quer, ninguém precisa ser mané a vida inteira”, explica Antônio Júlio. O segredo do sucesso, segundo ele, está justamente na letra verdadeira. “Cabrobró fala verdades, é descontraída e, talvez por isso, caiu no gosto dos fãs. É a nossa ‘Satisfaction”, brinca.
Para Dudu Azevedo, baterista da banda, Cabrobró é um “ponto fora da curva” durante os shows do grupo. “A gente busca eletrizar a plateia. O Tianastácia é uma banda de rock e, por vocação, precisa colocar peso nos instrumentos e acelerar o coração de quem vai nos ver. Entretanto, quando tocamos esta canção, algo diferente acontece. Até pouco tempo eu não saberia explicar, mas hoje eu diria que ocorre a química completa: letra irreverente e popular, melodia intensa, refrão clássico e, sobretudo, descontração. É uma magia que só quem frequenta as nossas apresentações pode conferir. É como se ficássemos todos, plateia e banda, acima dos 220 volts”, comenta.
O disco
“Sonhos Loucos” é um disco que conta com sete regravações e seis inéditas. Além de Samuel Rosa, outras participações especiais se somarão ao trabalho, como Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial. As faixas são executadas por Podé Nastácia (voz e violão), Beto Nastácia (baixista), Antônio Júlio Nastácia (guitarrista), Dudu Azevedo (ator e músico, que é o novo baterista do conjunto), além do próprio produtor Liminha, em algumas canções.
Todo dia 10 de cada mês, o Tianastácia lançará uma música de trabalho para celebrar os 25 anos do grupo. Já foram lançadas “Sonhos Loucos”, que dá nome ao disco, e “Verão”, elogiadas pela crítica e pelos fãs. “A gente criou uma expectativa grande pelo que os fãs e a imprensa especializada, em geral, consideraria do nosso conceito. Por incrível que pareça, o ‘barulho’ feito vai muito além do esperado. Até aqui, 100% do retorno foi positivo, tanto por parte da mídia, que felizmente vem sendo uma parceira de primeira linha, divulgando amplamente os singles, e os fãs, que são parte indissociável da nossa essência; afinal, só existimos pelo combustível intenso que o público nos fornece em formato de ‘abraço de alma’ e apoio”, destaca o baixista do grupo, Beto Nastácia.
Dudu Azevedo
Na turnê em que celebra 25 anos de carreira, e mesmo para a sequência dos projetos, o conjunto convidou Dudu Azevedo Nastácia, que chegou esse ano e faz questão de registrar: “tocar em uma banda como o Tianastácia é a realização de um sonho. Algo que imaginei e que desejei a vida inteira, e finalmente estou realizando. Durante os últimos trinta anos da minha vida, vivi para a música em grande parte do meu tempo, oxigenei esse sonho, perseverei e não esmoreci”.