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O que você precisa saber sobre congelamento de óvulos, a técnica revolucionária da medicina reprodutiva

    Conquistando cada vez mais independência, espaço no mercado de trabalho e tempo para realizar outros sonhos, como estudar e viajar, a mulher da atualidade tem mais autonomia para decidir quando ser mãe. Com isso, cada vez mais mulheres postergam a decisão de engravidar e buscam tecnologias que ofereçam alternativas para concretizarem, com segurança, a maternidade tardia. Nesse aspecto, uma das grandes revoluções ocorridas na medicina reprodutiva foi o desenvolvimento da técnica de congelamento de óvulos.

    Como explica a ginecologista da clínica Origen BH, Márcia Mendonça Carneiro, professora associada do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, o congelamento de óvulos revolucionou o tratamento de reprodução humana, pois além de permitir que a mulher escolha quando ela quer engravidar e, com o aprimoramento das técnicas laboratoriais como a vitrificação ou congelamento ultrarrápido, houve melhora significativa das taxas de sucesso em termos da sobrevivência do óvulo ao descongelamento e das taxas de gravidez.

    “Este método faz uso de substâncias crioprotetoras, que, ao submergir à temperatura negativa de 196 °C, consegue interromper o metabolismo do óvulo sem danos à célula quando descongelada. Esse fluido crioprotetor impede a formação de cristais de gelo na estrutura das células no momento da solidificação pelo nitrogênio líquido, evitando danos aos óvulos”, explica.

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRA), historicamente o congelamento de óvulos foi uma das últimas fronteiras que a reprodução humana assistida tentava transpor, em função dos avanços na medicina. O congelamento de sêmen, embrião e óvulos já ocorria há mais de 30 anos, mas só há cerca de 15 anos a técnica ganhou a eficiência que tem hoje. “O procedimento de resfriamento que preserva os gametas femininos para utilização futura, sem perda na qualidade dos óvulos, foi o grande diferencial dessa técnica disponível na atualidade”, acrescenta Márcia.

    Além da tecnologia que envolve o procedimento do congelamento de óvulos, a técnica permite às mulheres que, por razões pessoais ou profissionais, querem adiar a gravidez e também dá a chance àquelas com diagnóstico de câncer e que necessitarão de tratamento de radioterapia e quimioterapia sistêmica, a possibilidade de proteger seus gametas antes das terapias, podendo engravidar no futuro.

    O procedimento – Antes de realizar o congelamento, a paciente precisa fazer a estimulação ovariana através do uso de medicações hormonais injetáveis. O tratamento dura entre 10 e 12 dias e é monitorado por meio da ultrassonografia seriada. Quando o óvulo atinge a maturidade, uma nova medicação injetável é administrada para que ocorra o término da maturação do óvulo. Após o prazo de aproximadamente 36 horas, a equipe médica realizará a aspiração dos folículos para coletar os óvulos. O procedimento de aspiração dos folículos é realizado dentro do centro cirúrgico, com sedação ou anestesia local, para que a paciente não sinta dor nem desconforto. A coleta é guiada por ultrassonografia transvaginal para garantir maior segurança ao procedimento. Trata-se de um procedimento rápido, pouco invasivo e seguro, que não requer internação.

    De acordo com a ginecologista, não há uma idade indicada para o congelamento de óvulos, mas, partindo da constatação de que os óvulos envelhecem a cada ano e que as mulheres nascem com uma quantidade exata deles, que não é renovada, quanto mais jovem, melhor. “O ideal é que o procedimento seja realizado até os 35 anos. A partir dessa idade, o congelamento pode ser feito, mas as chances de sucesso começam a diminuir”, acrescenta a médica.

    Na visão da ginecologista, lamentavelmente o congelamento de óvulos ainda está distante de grande parte da população – pela falta de informação ou pelo custo que a técnica envolve. “Embora o tema ainda seja pouco discutido e conhecido da maioria da população, profissionais de saúde e meios de comunicação têm abordado mais o assunto, de maneira que mais mulheres conheçam essa possibilidade, principalmente as que eventualmente tenham algum diagnóstico de câncer ginecológico em seus exames de rotina e até aquelas com doenças benignas como a endometriose”, destaca.


    Sobre a Origen

    Fundada há mais de 20 anos pelos médicos Marcos Sampaio e Selmo Geber, a Clínica Origen de Medicina Reprodutiva nasceu com o objetivo de centralizar a atenção médica, a disponibilidade da tecnologia e o acolhimento humano no bem-estar e respeito a seus pacientes, auxiliando-os na realização do sonho da maternidade e paternidade.

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