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PBH marca reunião com blocos da capital para iniciar conversas sobre o carnaval

    Após a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) definir anteontem que o Carnaval de 2021 não será ponto facultativo, o executivo municipal, por meio da Belotur, agendou uma reunião para a próxima quarta-feira (20), com representantes dos blocos da capital para tratar sobre a festividade. A informação foi confirmada pela própria PBH.

    Nos últimos dias, a falta de diálogo da Belotur vinha sendo alvo de críticas por parte dos representantes dos blocos que desfilam em Belo Horizonte, informação que é rebatida pela prefeitura, que afirma que sempre teve um canal aberto com a categoria. O presidente da Liga Belorizontina de Blocos de Rua e fundador do bloco Baianas Ozadas, Géo Cardoso explica que há um consenso entre os blocos de que o Carnaval não deve ocorrer até que a população seja vacinada, mas afirma que é preciso discutir alternativas de auxílio para as pessoas que dependem da renda do carnaval.

    “Nós estamos dispostos a um diálogo de planejamento, sabendo que não tem carnaval neste ano, mas pelo menos a gente precisa discutir a situação de quem da cadeia do carnaval está sem trabalho, está parado, sem atividade. Acho que isso deve ser a pauta principal da questão”, pontua Cardoso.

    O fundador do Baianas Ozadas afirma que devido ao retorno que o carnaval traz para a cidade, inclusive econômico, é preciso que haja a discussão de um planejamento. “É um evento que já chegou a dar R$ 1 bilhão de arrecadação pro município e pro Estado. A gente aquece bares, restaurantes, a rede hoteleira e a criação e empregos temporários. Precisamos ter esse diálogo, para quando for possível, ter alguma luz no fim do túnel”, argumenta.

    A assessoria de imprensa da Belotur confirmou que a reunião marcada para a próxima quarta-feira será realizada com a participação de representantes da maioria dos blocos da capital. Informou ainda que trata-se de uma reunião de rotina, como feita em todos os anos com os blocos, com a diferença de que neste ano, o evento não será realizado e, por isso, antes os esforços estavam concentrados da pandemia de coronavírus.

    Eventos virtuais

    Sem poder colocar a bateria nas ruas, os blocos Belo Horizonte apostam em transmissões virtuais, seguindo as regras de segurança contra o coronavírus. O problema, no entanto, ainda está no financiamento das ações que mesmo sendo virtuais, eles pontuam que possuem custo.

    “O que a gente está fazendo agora, assim como outros blocos também, é fazer uso dos recursos da Lei Aldir Blanc, para com isso promover algumas ações como lives e preparações para quando tivermos a vacina, a gente estar pronto”, afirma o fundador do bloco Me Beija que eu Sou Pagodeiro, Matheus Brant.

    A previsão é de que através da lei, o bloco consiga arrecadar cerca de R$ 11 mil, sendo R$ 5 mil para a gravação de um single e o restante para pagar os custos. “A gente iniciou também algumas conversas com patrocinadores, mas está todo mundo aguardando uma definição maior”, explica Brant.

    No Baianas Ozadas, a ideia também é de fazer uma transmissão virtual, na segunda-feira que seria de carnaval, no dia 15 de fevereiro. Nesta data, o bloco desfilaria pelas ruas de Belo Horizonte. “É pra não deixar passar em branco. Porque a gente tem um público cativo grande. Dentro da bateria surgiram dezenas de outros blocos. Então tentaríamos fazer na segunda-feira de carnaval, que é quando nós desfilaríamos, para não fugirmos da tradição”, disse o fundador do Baianas Ozadas, Geo Cardoso.

    Setores lamentam

    Apesar de entender a situação imposta pela pandemia de coronavírus, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (ABIH), Guilherme Sanson, lamenta que o setor que costuma ficar aquecido em tempo de carnaval, venha a ter novas baixas. Isso porque que apenas serviços essenciais estão funcionando na cidade, o que na opinião dele, espanta os turistas.

    “No ano passado nós chegamos a 79% de ocupação nos hotéis, alguns chegaram a 100%, mas a média foi essa. Hoje alguns hotéis nem vão reabrir mais. A gente não tem nenhum tipo de desconto em relação ao IPTU, não temos a medida provisória para suspensão de contrato de trabalho e não tem hóspede”, afirma.

    Prejuízo também para o empresário Rivelino Edson Cardoso, 51, que é de Bocaiúva, no Norte do Estado e todos os anos costuma alugar trio elétrico  e equipamentos de som para os blocos que desfilam em Belo Horizonte e Salvador, na Bahia. Com a pandemia, ele afirma que precisou afastar os 17 funcionários da empresa, por tempo indeterminado.

    “Sem o carnaval, em Belo Horizonte, o nosso prejuízo esse ano é de R$ 180 mil. Em Salvador é em torno de R$ 160 mil. Pelo que a gente vê do Ministério da Saúde o carnaval mesmo agora é só ano que vem. Agora, com a vacina, a gente aposta que outros eventos menores podem retornar em setembro ou outubro”, diz o empresário.

    PBH

    Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que segue focada nas ações de combate à pandemia e, por meio da Belotur, “tem acompanhado e participado de discussões sobre o Carnaval 2021 junto aos principais carnavais do país, como Salvador e Rio de Janeiro”.

    O executivo disse ainda que a decisão de uma nova data depende das condições sanitárias, além de medidas que possam garantir a segurança dos foliões.Segundo a PBH, blocos caricatos, escolas de samba e outros profissionais do Carnaval têm sido contemplados nos benefícios da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc.

    “O diálogo permanece constante com a Liga das Escolas de Samba e representantes dos Blocos Caricatos, assim como toda cadeia produtiva do Carnaval. Entre os beneficiados pela Lei Aldir Blanc em Belo Horizonte, estão blocos e escolas de samba tradicionais, das diversas regiões da cidade, incluindo o Bloco Caricato Os Inocentes de Santa Tereza, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz de Venda Nova, a Fanfarra Feminina Sagrada Profana, o Bloco Afro Angola Janga e o Então Brilha, entre muitos outros”, informou.

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