A primavera está se aproximando. E a chegada da estação mais florida do ano traz a necessidade de um cuidado maior com as dermatites atópicas que atingem cães e gatos. Isso porque uma das causas dessa doença é a alergia a pólen de gramíneas que, nessa época, circula no ar com mais intensidade devido à maior presença das flores.
Coceira intensa, lambidas em excesso nas patas e otites recorrentes são alguns dos sintomas do problema, conforme explica o especialista em dermatologia veterinária do Centro de Especialidades Veterinárias (Centrovet), Guilherme De Caro Martins.
Segundo o médico veterinário, ao perceber tais sinais, o tutor deve procurar atendimento para o animal. Martins explica que a dermatite atópica não tem cura, mas há tratamento que mantém a doença sob controle. As alternativas são variadas, dependendo de cada caso. Entre elas estão o uso de medicamentos, shampoos hidratantes e imunoterapia.Em casos mais extremos, a dermatite pode levar o animal a apresentar lesões na pele, além de infecções bacterianas e fúngicas. As raças que são mais propensas a desenvolver a doença são Buldogue Francês, Lhasa Apso, Shih-tzu, Labrador e Golden Retriever. Essa predisposição é determinada pela genética.
Diagnóstico
Para definir o diagnóstico da dermatite atópica causada por reação ao pólen de gramínea, o veterinário irá inicialmente excluir a possibilidade de outras doenças de pele com sintomas semelhantes. Para isso, será feito um exame clínico que pode ser passociado a outros, como raspado de pele e citologia.
Em alguns casos, pode ser indicada uma dieta hipoalergênica para eliminar a hipótese de a causa do problema ser alergia a algum alimento. A consulta também não dispensa uma boa conversa com o tutor do animal, o que ampara o diagnóstico correto.
Nem todos os cães e gatos desenvolvem a dermatite atópica. Dessa forma, coceira intensa pode estar ligada a outras patologias. Conforme o médico veterinário, cerca de 10% a 15% da população mundial de cães tem o problema, sendo que parte dele é causado pela reação ao pólen de gramíneas, cujas partículas – muitas vezes invisíveis – circulam no ar. E são esses casos que tendem a aumentar com a chegada da primavera.
Outro agente causador da doença são ácaros de poeira. Nesse caso, não há ligação com a estação do ano. As dermatites atópicas que atingem a pele de animais como cães e gatos podem ser comparadas a sinusites e rinites, que acometem as pessoas.
Com o problema controlado, cães e gatos podem – e devem – aproveitar a primavera e as demais estações do ano para passear. O médico veterinário Guilherme de Caro Martins ressalta que, ao contrário do que se pode pensar, as dermatites atópicas acometem mais os animais que vivem dentro de apartamentos. Ou seja, aqueles tutores que expõem mais seus cães e gatos ao ambiente estão os fortalecendo. “É o que chamamos de vitamina P, de ‘porcaria’”, brinca o veterinário, explicando que a exposição dos animais desde cedo ao ambiente externo ajuda a habituá-los aos desafios.