Quando um casal ou um indivíduo quer realizar o sonho de ter filhos, mas tem alguma dificuldade com a gravidez natural, eles recorrem à medicina reprodutiva para celebrar esse desejo. A inseminação intrauterina (IIU) é uma das técnicas disponíveis na reprodução assistida e considerada um procedimento de baixa complexidade por não necessitar de micromanipulação dos gametas. No entanto, há alguns fatores que influenciam positivamente no seu sucesso.
Segundo o médico ginecologista da clínica Origen, Rodrigo Hurtado, mestre e doutor em Saúde da Mulher e professor do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os principais fatores que contribuem para a resolutividade do tratamento são a idade da paciente, o tempo de infertilidade, a resposta ovariana ao estímulo hormonal e a qualidade final do preparo seminal.
A inseminação intrauterina consiste na colocação dos espermatozoides no fundo do útero da mulher (com trompas pérvias e saudáveis durante o período ovulatório. O primeiro passo do tratamento é a estimulação ovariana para crescimento de mais folículos do que o habitual. “Para isso, a mulher recebe uma dosagem de hormônios para estimular um recrutamento de óvulos maior do que a normal – em média, um óvulo ao mês. Essa estimulação é diferente da realizada em ciclos de alta complexidade, como a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Na fertilização, o objetivo é que os ovários produzam o maior número possível de óvulos, de uma só vez, para que o número de embriões produzidos no laboratório seja também o maior possível, permitindo melhor seleção dos embriões que serão transferidos para o útero e, consequentemente, uma maior taxa cumulativa de gravidez. Já na inseminação, o número de óvulos não pode ser alto demais porque isso permitiria uma formação de embriões dentro do útero, onde o médico não tem controle sobre esse número. Imaginem só: se a mulher produz oito óvulos de uma só vez e todos os óvulos são fecundados, ela pode engravidar de óctuplos (oito fetos dentro do útero), o que é inadmissível em termos de segurança para a paciente e para os fetos”, explica Hurtado.
Estimulado o ovário e com tudo pronto para receber os espermatozoides é hora de colher o sêmen – uma amostra é recolhida e preparada para que sejam selecionados os melhores espermatozoides móveis e removido o fluido seminal. “O preparo de sêmen que será injetado no útero da mulher consiste de um meio de cultura contendo os espermatozoides selecionados. A mulher então se deita em uma mesa de exame para que o médico introduza um espéculo vaginal e identifique o colo do útero. Em seguida, um tubo estreito (cateter) é colocado através do colo do útero e a amostra de sêmen é injetada lentamente lá dentro. Em linhas gerais, é isso”, acrescenta o ginecologista.
Vantagens – Não é necessária internação ou nenhum tipo de sedação. A IIU é indicada quando o homem tem uma alteração de leve a moderada nos espermatozoides, como baixa quantidade no ejaculado e motilidade reduzida. Além disso, o procedimento é adotado em casos em que não há uma causa clara de infertilidade entre o casal. No caso de casais homoafetivos em alterações leves ou moderadas do sêmen ou quando o parceiro da mulher não tem espermatozoides, a IIU pode ser feita com espermatozoides doados.
Entre as vantagens da inseminação intrauterina estão sua facilidade e agilidade. O processo, do início até a confirmação ou não da gravidez, leva cerca de 30 dias. “Um tratamento como este tem taxa de sucesso entre 15% e 20%. No entanto, mulheres com mais de 35 anos têm menores chances de gravidez adotando este método porque os óvulos que serão obtidos na indução de ovulação já não têm qualidade tão boa quanto nas mulheres mais jovens. “Nos casos de insucesso, são sugeridas até duas novas tentativas da IIU”, complementa o ginecologista.
Recuperação – A maioria dos tratamentos de IIU tem uma rápida recuperação. Após o procedimento, não é necessário que a mulher fique restrita a atividades leves ou de repouso, ou seja, ela pode retomar seu ritmo normal de vida. Nos casos de excesso de resposta ovulatória – seis ou mais folículos -, é necessário interromper o tratamento e não proceder com a injeção dos espermatozoides, além de manter abstinência sexual até a menstruação seguinte, que vem após o período de 10 a 12 dias. É recomendado que a inseminação intrauterina seja feita em uma clínica de reprodução humana que tenha profissionais especializados no assunto.
Sobre a Origen
Fundada há mais de 20 anos pelos médicos Marcos Sampaio e Selmo Geber, a Clínica Origen de Medicina Reprodutiva nasceu com o objetivo de centralizar a atenção médica, a disponibilidade da tecnologia e o acolhimento humano no bem-estar e respeito a seus pacientes, auxiliando-os na realização do sonho da maternidade e paternidade.