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Relatório mostra que Minas Gerais registrou 24 negócios de fusões e aquisições no primeiro semestre do ano

    O mercado de fusões e aquisições em Minas Gerais apresentou queda de 7,7% no volume de negócios anunciados no primeiro semestre do ano em comparação ao mesmo período de 2019. É o que aponta relatório divulgado nesta semana pela PwC Brasil: foram 24 transações, de janeiro a junho deste ano, no estado contra 26 no ano passado. No período acumulado em 2020, Minas representou 6% do total de negócios anunciados no país, que chegou a 395 transações, volume ligeiramente superior ao registrado no mesmo período do ano passado (390 transações).

    Os investidores nacionais seguem na liderança em Minas Gerais, em 75% das transações realizadas, enquanto os estrangeiros representaram 25% do total de negócios. O setor de TI continua como o que registrou maior número de fusões e aquisições no primeiro semestre, representando 31% das transações efetivadas. O setor de serviços de saúde desponta na segunda colocação, com 25%, mercado aquecido principalmente em função da alta demanda ocasionada pela pandemia.

    Em junho, cinco operações envolvendo empresas mineiras foram realizadas. O relatório destaca, entre elas, a aquisição do laboratório de análises clínicas São Marcos (de Belo Horizonte) pela Dasa, companhia brasileira de medicina diagnóstica, sem valores anunciados. Também foi divulgada a compra da AG Resinas, empresa de reciclagem de garrafas PET do mineiro Grupo AG, pela Indorama Ventures Polímeros, produtora de PET 100% reciclável da tailandesa Indorama Ventures. Destaque para o aporte de R$ 233 milhões para a aquisição do grupo mineiro Santa Mônica, do setor de saúde, pela Notre Dame Intermédica.

    A startup mineira Safetest, que desenvolveu teste rápido para identificação da Covid-19, foi acelerada pela canadense Victory Square Health, que anunciou a aquisição de ativos e propriedades intelectuais da empresa. Ainda em junho, o grupo mexicano de siderurgia Simec anunciou a compra da mineira Itaúna, laminadora de aços longos, sem valores anunciados.

    Fusões e aquisições no país têm volume 17% superior à média dos últimos cinco anos

    Apesar da pandemia de Covid-19, o volume de fusões e aquisições está em alta no Brasil. No primeiro semestre, o número ficou 17% acima da média dos últimos cinco anos (339 transações). O mês de junho, inclusive, ultrapassou a quantidade de negócios anunciados em cada um dos últimos três meses (54, em março; 46, em abril; 59, em maio), chegando a 68 transações.

    Segundo o sócio da PwC Brasil e líder da área de fusões e aquisições, Leonardo Dell’Oso, o resultado demonstra uma tendência de recuperação do mercado de fusões e aquisições, que foi bastante afetado pelos efeitos da pandemia e das medidas adotadas para a não propagação do novo coronavírus no país. “Acreditamos em uma recuperação em ‘V’ no segmento”, prevê.

    No primeiro semestre, o setor de TI se manteve na liderança, com 134 de transações no país, representando 34% do total. Na segunda colocação está o segmento de serviços auxiliares, com 29 negócios anunciados e 7% de participação no total transacionado. O setor de serviços de saúde desponta como um dos principais na preferência dos investidores, com 27 transações, aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2019 (com 18 transações), sendo 7% do total transacionado. De acordo com Dell’Oso, a expectativa para o segundo semestre é de concentração do número de fusões e aquisições em segmentos com perspectiva de recuperação mais rápida, como, por exemplo, serviços financeiros, saúde e educação.

    Em relação à nacionalidade dos investidores, no período consolidado de 2020, as transações envolvendo investidores nacionais corresponderam a 74% das aquisições e compras minoritárias, uma máxima histórica para o período. No primeiro semestre de 2020, houve um crescimento de 11% do interesse de investidores nacionais (com 283 transações), na comparação com o mesmo período de 2019, quando concretizaram 255 transações. Com 99 transações realizadas até junho de 2020, os investidores estrangeiros regrediram 11% em relação ao mesmo período de 2019, quando participaram de 111 transações. Estados Unidos, França e Canadá foram responsáveis por 45% do total de transações envolvendo capital estrangeiro.

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