O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Só no Brasil, são cerca de 162 mil mortes anuais atribuíveis ao hábito de fumar, o que representa 443 mortes por dia e leva o tabagismo a ser o terceiro fator de risco para anos de vida perdidos ajustados por incapacidade. Segundo o Ministério da Saúde, em outras palavras, é a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. O Dia Nacional do Tabagismo, lembrado em 29 de agosto, é marcado anualmente por campanhas de conscientização da população sobre o risco de fumar.

E neste 29/8, o que refletir sobre o hábito de fumar e seus impactos sobre a saúde das pessoas? Atualmente, é nas baladas e eventos sociais que um novo estilo de fumar vem ganhando espaço e conquistando cada vez mais os jovens: o uso do cigarro eletrônico, que se apresenta como algo novo, tecnológico e sem odor – e, por isso, aparentemente, inofensivo.

“O vape, um dos nomes dados ao cigarro eletrônico, não gera o cheiro de um cigarro tradicional e, por isso, muitas pessoas acreditam que não faz mal. Estão erradas. O cigarro eletrônico contém substâncias químicas, novos produtos do tabaco e essências tão deletérias para o pulmão quanto um cigarro comum. Ressalto que esses produtos são ilegais no Brasil e são vendidos corriqueiramente porque não temos fiscalização”, diz o médico Bruno Horta, coordenador do serviço de Pneumologia da Rede Mater Dei de Saúde.

Proibição no Brasil – Proibido de ser comercializado e importado no Brasil, segundo resolução nº 46/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o vape ou pod, se apresenta com inúmeras opções de essências e formatos modernos, coloridos, mas escondem substâncias tóxicas, como nicotina, que causa dependência, além propilenoglicol e glicerina vegetal, que produzem acetaldeído, substância associada ao reforço do poder de dependência da nicotina. Além disso, o filamento aquecido dentro desses dispositivos é feito com metais, como níquel, latão, cobre e cromo, que são inalados conforme o líquido é aquecido, gerando o vapor que as pessoas consomem e exalam.

De acordo com a Pesquisa Nacional em Saúde, do Ministério da Saúde, em 2019, a prevalência de consumo da versão moderna do cigarro, que é febre em países como Europa e Estados Unidos, entre jovens maiores de 15 anos era de 0,6%. Atualmente, pós pandemia e retorno da vida noturna, certamente o índice já pode ter alcançado novos patamares. O ciclo, considerado vicioso, pode comprometer a saúde e o futuro de uma geração.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Mais do que isso, ele integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais, uma vez que a nicotina é uma substância psicoativa.

“Os hábitos que envolvem o tabagismo – seja consumindo o cigarro comum, branco; o cigarro de palha; tabaco enrolado em papel; ou o vape – são nocivos à saúde como um todo. Não há na medicina nem na literatura indicação de consumo seguro de produtos à base de tabaco. E as consequências não são apenas um possível câncer de pulmão, mas aumento no nível de inflamações no corpo, doenças cardiovasculares como síndrome coronariana aguda, acidente vascular cerebral e trombose, além de doenças respiratórias, como enfisema pulmonar, que incapacita a qualidade de vida do paciente”, acrescenta o pneumologista.

Tratamentos – Todos os tratamentos de saúde que envolvem tabagistas – os que fumam e querem parar de fumar, os que já fumaram por alguns anos e aqueles que mantém o hábito e não querem largá-lo – são individualizados. “Cada caso é um caso e deve ser discutido com o médico que acompanha a pessoa. Para quem fuma ou já fumou, são avaliados os hábitos de vida e pode ser indicada uma avaliação mais criteriosa, com exames de diagnóstico. O câncer de pulmão, por exemplo, é uma doença silenciosa, então, quanto mais cedo detectada, mais chances de um tratamento ser mais eficaz”, explica Bruno Horta.

Para os pacientes que já têm mais de 50 anos, 20 de tabagismo e casos de câncer de pulmão na família, é orientado o rastreamento de screening, ou seja, um exame de tomografia computadorizada que usa menos radiação para não expor esse grupo a riscos maiores. “Esse exame pode er feito anual ou bianualmente, mas tudo isso é definido pelo médico que faz o acompanhamento da pessoa”, complementa o médico.

Sobre a Rede Mater Dei de Saúde

Somos uma rede de saúde completa, com 42 anos de vida, tendo o paciente no centro de tudo e ancorada em três princípios: inteligência e humanização como pilares do atendimento; tecnologia como apoio da excelência; e solidez das governanças clínica e corporativa. Nossos serviços médico-hospitalares estão disponíveis para toda a família, em todas as fases da vida, com qualidade assistencial e profissionais altamente capacitados e especializados. Estamos em expansão, levando para mais pessoas o Jeito Mater Dei de Cuidar e de Acolher. Nossa premissa é valorizar a vida dos nossos pacientes em cada atendimento, disponibilizando o melhor que a medicina pode oferecer.

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