De acordo com dados disponibilizados pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), de 2011 a 2019 mais de 1 milhão de imigrantes foram registrados no Brasil. Luisa Rojas é uma dessas pessoas. Devido à situação política, econômica e social enfrentada pela Venezuela, a proprietária da Dulcíssimo Confeitaria decidiu deixar o país no final de 2018.
Em 2014, Luisa perdeu o emprego de assistente administrativo em um restaurante e, segundo ela, por não morar na capital, a situação era ainda mais difícil. Havia fila para comprar alimento, faltava água e ela não conseguia ver um futuro para os seus dois filhos em seu país. O marido de Luisa, que já conhecia Roraima e Manaus, decidiu então O marido de Luisa, que já conhecia Roraima e Manaus, decidiu então trazer a família para o Brasil.
“Não é fácil colocar toda uma vida em uma mala de 23kg. Chegamos ao Brasil de carro, em Roraima, mas a situação só melhorou quando viemos para Belo Horizonte. Aqui tinha comida, água na torneira”, conta.
Em Boa Vista, apenas a filha de Luisa tinha emprego. Com a ajuda do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, a família veio para a capital mineira. Chegando em Belo Horizonte, Luisa conseguiu um emprego de assistente de cozinha, mas, com a pandemia, teve que buscar novas alternativas de renda.
“Em março do ano passado, o meu contrato venceu e acabaram não renovando. Trabalhei como costureira por dois meses, já que as lojas estavam fechando. Então, decidi empreender. Já fazia alguns doces para a minha família e as pessoas gostavam muito, como o golfeado, um tipo de pão doce temperado com rapadura, erva doce e queijo”, conta a empreendedora.
Na Dulcíssimo Confeitaria, ela produz bolos decorados, pães gourmet e rocamboles. Com o negócio formalizado, Luisa tem buscado capacitações e cursos nas áreas de gastronomia e redes sociais para melhorar os resultados da confeitaria. Já trabalha com vendas pelo WhatsApp e Instagram.
“Ainda enfrento dificuldades no empreendedorismo, principalmente com o ambiente digital, mas estou pronta para aprender. Ainda quero oferecer novos produtos com receitas venezuelanas e alavancar o negócio”, finaliza.
Migrantes e Refugiados em Minas
O Sebrae Minas, o Governo de Minas, por meio da Subsecretaria de Direitos Humanos, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) atuam em parceria para oferecer aos migrantes (emigrantes brasileiros retornados e imigrantes) e refugiados em Minas Gerais melhores condições de acesso a oportunidades de trabalho, renda e cidadania.
Para facilitar o acesso desse público a informações e materiais de orientação e capacitação empresarial, o Sebrae Minas lançou a página Migrantes e Refugiados em Minas. Nesse ambiente virtual, são disponibilizados conteúdos do Sebrae e de instituições parceiras para apoiar a jornada empreendedora dos migrantes e refugiados que vêm ou retornam para Minas Gerais em busca de uma oportunidade para melhorar suas condições de vida.