Com as Câmaras Municipais prestes a retomarem suas atividades em fevereiro, os vereadores estreantes estão na reta final da montagem da equipe de gabinete. Normalmente, esses cargos são preenchidos por pessoas que trabalharam durante a campanha ou são nomes de confiança dos vereadores.
Porém, neste ano alguns vereadores optaram por realizar processos seletivos para escolherem os ocupantes de pelo menos parte desses cargos. É o caso dos vereadores de Belo Horizonte, Marcela Trópia (Novo) e Gabriel Azevedo (Patriota), além da vereadora mais votada de Nova Lima, Juliana Sales (Cidadania).
No caso da Câmara de Belo Horizonte, cada vereador tem direito a 15 assessores parlamentares, além de um atendente parlamentar, um auxiliar legislativo e um chefe de gabinete, totalizando no máximo 18 cargos.
“Nosso objetivo de fazer um processo seletivo é garantir que os nossos quadros sejam selecionados de uma forma técnica. De fato a gente conhece boas pessoas no mercado, mas não conhecemos todas as pessoas. E quando você faz um processo seletivo amplamente divulgado, em que qualquer pessoa pode se inscrever, você amplia muito suas chances de achar um quadro qualificado para aquela vaga”, diz a vereadora Marcela Trópia.
Ela está fazendo a seleção para quatro vagas: assessoria de comunicação, assessoria jurídica, assessoria de políticas públicas e assessoria de relações públicas. Por uma determinação do Novo, a equipe do gabinete pode ter até 6 pessoas. Além dos selecionados, a vereadora vai nomear um chefe de gabinete de confiança dela. A sexta vaga não será preenchida por enquanto.
O processo envolve provas de conhecimentos gerais, técnicos e a elaboração de um perfil comportamental, além de entrevistas. “Essa é a fase que está acontecendo agora. É a fase que eu entro”, disse Trópia.
O vereador Gabriel Azevedo já havia realizado um processo seletivo para preencher os cargos em seu gabinete no primeiro mandato. Agora, ele pretende juntar a estrutura de seu gabinete com a do vereador Wanderley Porto (Patriota) para formar um “gabinetão”, a exemplo das vereadoras, Cida Falabella (PSOL) e Bella Gonçalves (PSOL) na última legislatura.
São quatro vagas: assessoria de favelas, cientista de dados, assessoria jurídica e assessoria para lidar com as demandas do aplicativo “Tem Meu Voto”. Além das vagas do gabinete, Azevedo quer selecionar nove pessoas – uma de cada regional da cidade – para atuarem como co-vereadores.
“O projeto é um compromisso de campanha: capacitar anualmente nove pessoas eleitas através do aplicativo de mandato, uma por cada regional de Belo Horizonte, por alternância de gênero, para exercer a função de co-vereança no gabinete, com o propósito de fomentar a colaboração entre cidadãos e identificar potencialidades locais, além de criar uma escola local que prepare futuros candidatos que disputarão uma cadeira na Câmara Municipal”, afirma o vereador.
Em Nova Lima, a vereadora Juliana Sales (Cidadania) está realizando um processo seletivo para uma vaga de assessor de políticas públicas. É necessário ter ensino superior completo. O escolhido vai atuar na fiscalização do orçamento municipal, avaliação de políticas públicas e das demandas da população.
“A ideia de fazer um processo seletivo se baseia em alguns pontos fundamentais de um mandato. Primeiramente, democratizar a participação no trabalho do nosso gabinete é muito interessante e está alinhada com a prática de inovar na forma de fazer política. Outro ponto fundamental é a busca por talentos de áreas específicas que acrescentam muito para um mandato eficiente”, explica.
O processo seletivo do gabinete dela conta com o apoio técnico da Legisla Brasil, uma associação sem fins lucrativos que também participa na formulação do processo seletivo da vereadora Marcela Trópia.